Após mais um dia de articulações políticas, mais partidos seguiram a tendência da maioria neste segundo turno das eleições presidenciais e decidiram não se posicionar na disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). As cúpulas de MDB, Podemos, PPS, DEM, Solidariedade, PR e REDE anunciaram nesta quarta-feira e nesta quinta-feira (10 e 11 de outubro) que estavam liberando os militantes e lideranças para apoiar qualquer um dos dois candidatos. Já o PDT, cujo candidato Ciro Gomes ficou em terceiro lugar no primeiro turno, afirmou que defenderá a candidatura de Fernando Haddad para evitar “riscos à democracia” que o adversário supostamente representa.

Na terça-feira (09), o PTB anunciou que apoiará Jair Bolsonaro, enquanto PSOL, PPL e PSB decidiram defender a candidatura do ex-prefeito de São Paulo e PP, Patriota, DC, PRB e PSDB anunciaram-se neutros na disputa presidencial do dia 28 de outubro.

REDE libera filiados, mas pede para que não votem em Bolsonaro

A Rede Sustentabilidade recomendou aos filiados que se decidam sobre as eleições presidenciais "de acordo com sua consciência" e pediu que eles não votem em Jair Bolsonaro (PSL). Em comunicado, divulgado nas primeiras horas de hoje (11), a Executiva Nacional da legenda afirma que não se alinha nem apoia Bolsonaro e Fernando Haddad (PT).

De acordo com o comunicado, a Rede será oposição ao governo de qualquer um dos dois candidatos que vença a eleição porque ambos representam projetos "de poder prejudiciais ao país, atrasados, autoritários e retrógrados".

A decisão foi anunciada após reuniões consecutivas desde domingo (7). Logo depois de anunciado o resultado do primeiro turno em que a candidata da Rede, Marina Silva, ficou em oitavo lugar com 1% dos votos, ela fez críticas aos dois candidatos, indicando como seria difícil apoiar qualquer um deles.

"A Rede declara que não tem ilusões quanto às práticas condenáveis do PT, dentro e fora do governo. No entanto, frente às ameaças imediatas e urgentes à democracia, aos grupos vulneráveis, aos direitos humanos e ao meio ambiente, recomenda que seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro e, isso posto, escolham de acordo com sua consciência votar da forma que considerem melhor para o país", diz o comunicado do partido.

Para a Rede, é impossível não associar as denúncias de corrupção de vários envolvidos com governos do PT, assim como ignorar que a candidatura do PSL pode levar a um "retrocesso brutal e inadmissível".

O partido lista como prioridades a estrutura de proteção ambiental, a preservação dos direitos das comunidades indígenas e quilombolas e direitos humanos em geral, assim como a diversidade da sociedade brasileira. A Rede condenou a promoção e “ incitação sistemática ao ódio, à violência e à discriminação".

MDB também mantém neutralidade: "Melhor caminho"

O MDB é outro que vai adotar posição de neutralidade no segundo turno das eleições presidenciais, liberando seus filiados para apoiar Fernando Haddad (PT) ou Jair Bolsonaro (PSL), informou à reportagem o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).

O anúncio oficial da decisão está marcado para meio dia desta quinta-feira (11).

O martelo foi batido em reunião na noite desta quarta-feira (10), com participação do presidente Michel Temer e do presidente do MDB, senador Romero Jucá (MDB-RR).

"Acho o melhor caminho, para depois das eleições tomarmos o nosso rumo", disse Eunício.

O senador, que não foi reeleito, afirma que não deve se envolver diretamente na campanha. Em entrevista dada nesta semana, porém, ele afirmou que vai manter a posição do primeiro turno, quando votou em Haddad.