São 20H53 de quinta-feira, 1 de março de 2018. Tem neve descongelando lá fora, o gato ronda o sofá e eu estou aqui destruída pelo cansaço de uma Paris Fashion Week feita com um clima de mais de 5 graus abaixo de zero.

Resumo: tá osso. Estamos novamente na semana de moda. Tenho a impressão que sempre é, de tantas que já fiz e ainda vou fazer. As passarelas mostram revivals dos anos 60, viagens à China , ao Japão, Emojis, mais do mesmo que já se fez e um clima de cada estilista tem seu nicho e a genialidade passa longe daqui, nem tanto.

Amando a Galliano na Margiela. Um renascimento dentro de uma das marcas mais importantes do fim do século 20 que, aliás, abriu uma exposição contada pelo próprio Martin Margiela. Ele sai do anonimato para dirigir artisticamente e contar as grandes revoluções no vestir que ele causou entre 1998 e 2008.

O belga, conhecido por não gostar de se fazer conhecer foi o responsável por vários modismos de hoje como as botas-meia, as camisetas podrinhas, as mensagens em prol de causas como o combate e a luta pela cura do HIV e a alfaitaria descontruída, ou seja, as roupas viradas do avesso ou utilizadas de outras formas que as habituais, como uma perna de uma calça que vira um vestido. Ficamos horas lá hoje e, sinceramente? Me fez bem aos olhos e a alma ver que existe ou existiu quem tenha sonhos no criar.

A frase, escrita a mão na vitrine de fechamento da mostra, mostra o agradecimento de Margiela aos seus colaboradores. Obrigada aos que ajudaram a transformar meus sonhos em realidade. Chorei. Sem os outros não somos nada.
O espirito de equipe, a simplicidade, fizeram dele um mito e um mestre que todo mundo ainda copia incessantemente. Corta. Vou mostrar também três imagens que fiz dos estilos fora passarela e, dentro delas, tem Margiela. Curte aí.


Seguindo o seguidor do mestre – O look dela é todo Rick Owens, um dos caras que tem uma identidade forte na moda, mas certamente buscou inspiração em Margiela no uso dos podrinhos e da desconstrução das roupas. 


Uma bela cor – Para anotar e ter no teu inverno? O azul babe. Ele vai reinar ao lado de muitas outras cores. Temos muitas.