Reprodução / Facebook Torcida Fúria Independente – Mauro Urbim

O presidente da torcida Organizada Fúria Independente (TFI), Mauro Machado Urbim, morreu na noite de segunda-feira (1), em Curitiba. Durante o dia, ele chegou a ter morte cerebral decretada. Segundo relatos, ele foi pisoteado por um cavalo da Polícia Militar no sábado, na Vila Capanema, durante jogo do Paraná Clube contra o FC Cascavel, e estava internado no Hospital do Trabalhador.

A confirmação da morte de Urbim foi feita pela TFI, em seu perfil oficial nas redes sociais. “Com profunda tristeza, informamos que o nosso Presidente, Mauro Machado Urbim, não suportou os ferimentos sofridos no último sábado e entrou em óbito na noite desta segunda-feira(01/08), há poucos minutos. Deixou pra trás um filho, pai, mãe, irmãos e irmãs, tios e tias, amigos e um sonho”, diz a nota.

Nas redes sociais, amigos, torcedores e o próprio Paraná Clube postaram mensagens de pesar. A torcida Os Fanáticos, do Athletico, também prestou condolências. 

Em contato por telefone com o Bem Paraná, o delegado Luiz Carlos de Oliveira, da Demafe (Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos), explicou a situação de morte cerebral. “Recebemos de um torcedor, o vice da Fúria, a informação de que foi constatada a morte cerebral. Farão mais um exame agora a tarde e outro de noite para confirmar. Quando é constatada a morte cerebral, é porque a situação está muito difícil”, declarou ele, lamentando o ocorrido. “O Mauro participa conosco bastante, sempre foi extremamente representativo e amigo da polícia”, afirmou.

Sobre o episódio no sábado, Oliveira contou que assistiu ao jogo no setor visitante da Vila Capanema. “A notícia eu fiquei sabendo no sábado, bem depois do jogo. Foi no intervalo, nós estávamos na torcida adversária, assistimos de lá o jogo em uns cinco policiais e lá não teve nada. Torcida do FC Cascavel diz que não teve nada, não sei o que aconteceu”, comentou. “Disseram que teve uma notícia fake de que o pessoal da Império, que é aliada da torcida do FC Cascavel, queria roubar uma faixa. Eles [torcedores da Fúria Independente] vieram e a cavalaria interferiu. O presidente da Fúria estava na frente, com a mão levantada, e acabou batendo no meio fio, caiu e o cavalo pisou na cabeça dele. Vou ouvir as testemunhas, para que saibamos o que realmente aconteceu”, avisou.

Em texto no Facebook nesta segunda-feira, a Fúria Independente voltou a acusar o Regimento de Polícia Montada da Polícia Militar do Paraná de agir de forma truculenta e covarde. “Fruto de uma conduta brutal por parte da Polícia Militar do Estado do Paraná, Maurinho teve a vida ceifada de maneira covarde e bárbara. Ao pisotear o nosso presidente, o Regimento de Polícia Montada interrompeu não somente a vida de um ser humano, mas também o trabalho muito bonito que vinha sendo realizado em nossa entidade”, disse a torcida. “Maurinho foi um grande homem, líder e amigo. Querido por todos, nos deixou a missão de continuar a sua empreitada, afinal, como ele mesmo continuou propagando: A LUTA NÃO PARA! Nossa luta, hoje, ganhou mais algumas metas: Lutar por JUSTIÇA pelo assassinato do Mauro, pela prisão do criminoso e por grandes mudanças na conduta da Polícia Militar do Estado do Paraná. O lema da PMPR, “sua proteção é o nosso compromisso”, fica EXTREMAMENTE VAGO quando um homicídio é protagonizado por um membro da corporação. Já passou da hora da Polícia Militar instituir um batalhão especializado em futebol, a exemplo do que acontece em outros estados como o Rio de Janeiro, com agentes da lei instruídos para lidar com torcedores, e que entendam e conheçam toda a dinâmica e lideranças das torcidas organizadas”.

A Fúria ainda convocou torcedores para um protesto. “Ao torcedor paranista que frequenta a CURVA NORTE, temos um grande pedido: na contramão do MAR BRANCO já conhecido, neste próximo jogo em casa contra o Pouso Alegre, iremos todos de PRETO. TODO MUNDO DE PRETO EM FORMA DE PROTESTO E LUTO PELO NOSSO AMADO PRESIDENTE! A vontade do Mauro sempre foi de que a festa prevalecesse e que a arquibancada vibrasse como nunca. Ele esteve constantemente à frente da nossa organização puxando e incentivando todos a entoar os cânticos pelo nosso Tricolor. Nesta partida faremos tudo por ele. Cantaremos mais alto honrando a memória dele. Não nos calaremos por um minuto se quer. O Maurinho merece isso. Pois, da mesma maneira que o coração dele foi doado e continuará batendo por muito tempo, seu desejo continuará a ser seguida e apoiaremos o PARANÁ CLUBE até o último minuto de nossas vidas”.