O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou ontem o registro da primeira vacina contra a Covid-19. Apesar de ainda estar na fase 3 de testes, a intenção do governo russo é começar a vacinar profissionais da linha de frente no combate à doença já em setembro e depois a população em geral a partir de janeiro de 2021.
Apesar do interesse pelo imunizante, como é o caso do Paraná, que já vinha estruturando um acordo diplomático com o governo russo pela vacina, a comunidade científica mundial questiona a pesquisa russa, que estaria antecipando etapas.
No Brasil, o Ministério da Saúde considera que ainda não há provas de segurança e eficácia da vacina russa contra que justifiquem abrir negociações para a compra do produto com recursos do governo federal. Segundo integrantes da cúpula da pasta, deve ser realizada nos próximos dias uma nova reunião com desenvolvedores da droga.
Ou seja, sem a aprovação do governo por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dificilmente o Paraná ou qualquer outro estado consiga esse acordo. Uma reunião entre os governos deve ocorrer nesta ou na próxima semana.
O governo do Paraná discute parceria para desenvolver tanto a vacina da Rússia como da chinesa Sinopharm por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). No momento, são cerca de 130 pesquisas em todo o mundo atrás de uma vacina contra a Covid-19. O Brasil participa de testes de duas delas neste momento, a da inglesa Oxford, e da chinesa Sinovac.
Governo tem R$ 200 milhões reservados
O Governo do Estado terá reserva orçamentária de R$ 200 milhões para a compra de vacinas contra a Covid-19. Metade do valor virá do caixa da Secretaria da Saúde referente à emenda ao projeto de lei 248/2020, que dispõe sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2021. A outra parte é resultado de um repasse da Assembleia Legislativa do Paraná.
“Precisamos estar preparados para quando existir uma solução segura, ter as condições para ajudar a população. Por isso essa parceria com o Legislativo é tão importante. São R$ 200 milhões já reservados para serem usados exclusivamente para a vacina”, afirmou o governador Ratinho Junior durante a solenidade de assinatura da transferência dos recursos da Assembleia para o Estado, no dia 3 de agosto.
“Ainda não sabemos o valor da vacina, mas R$ 200 milhões é um valor considerável que atenderia muito bem o Estado do Paraná. Além disso, o Tecpar pode ser parceiro na produção, o que ajudaria a baratear os custos”.
Estado se aproxima dos 100 mil casos de Covid-19
A Secretaria de Estado da Saúde informou que o Paraná chegou a 94.882 casos confirmados de Covid-19 e 2.417 mortes em consequência da infecção, ontem. Após dias de instabilidade nos sistemas, a extração de dados relacionados à Covid-19 voltou a ser considerada segura e os números confiáveis. Ontem, foram confirmados mais 1.556 diagnósticos positivos e 47 óbitos pela doença.
No sábado a Secretaria, inclusive, não divulgou o boletim, que ficou represado no domingo e na segunda-feira.Com a verificação dos dados retroativos, foram identificados erros nos números informados como casos de sábado, domingo e segunda-feira.
Curitiba — A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) confirmou ontem mais 13 óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus. Com os novos dados, Curitiba chega a 737 mortes pela Covid-19. O boletim mostrou mais 411 casos do novo coronavírus em moradores da cidade. Até agora, 24.864 pessoas testaram positivo.
Brasil — O Brasil registrou, entre a segunda-feira e ontem, 1.274 mortes em decorrência do novo coronavírus. O total de óbitos é de 103.026 — o segundo maior número de vítimas no mundo, atrás somente dos Estados Unidos (162.407, ou 565 desde ontem). Já o total de casos subiu 52.160 no País, ao montante de 3.109.630.
