Divulgação/Vinícius Frank Vaz – Fernando Johnson

“Nossa missão é trabalhar a cultura e a prática do skate. Agora que ele se tornou um esporte olímpico, é importante que ele esteja na grade curricular das escolas, e esta é, inclusive, uma recomendação da Secretaria da Educação”. A declaração é de Fernando Johnson, presidente da PRa Skate — Associação Paranaense de Desenvolvimento da Cultura e da Prática do Skate, criada em 2015 por um grupo de praticantes do esporte. “O skate é uma ferramenta de inclusão social, de igualdade de gêneros, e praticá-lo contribui para uma vida saudável”, afirma.

A entidade vem visitando escolas no Paraná e mostrando a importância do esporte. “Fazemos palestras com apresentações de skate, contando a história do skate, linkando com a importância do estudo e falando das oportunidades profissionais”, conta Rafael Braciak, o Urso, um dos fundadores da PRa Skate. “Recebemos convites de várias escolas. Teve um ano que visitamos mais de 50 escolas”, diz. “Foi muito gratificante”.

“Nas escolas, durante 15 minutos eu falava sobre educação moral e cívica, sustentabilidade, organização social e política brasileira, igualdade de gênero, inclusão social e respeito às diferenças. Só depois que eu falava sobre cultura e nascimento do skate, e a importância do skate virar esporte olimpico”, conta Fernando Johnson. “O trabalho foi lindo”, diz. “Inclusive em uma escola com 180 alunos com necessidades especiais. Foi uma das coisas mais lindas que fiz na minha vida”, lembra.

Origem

A PRa Skate surgiu como consequência do Go Skate Day em Curitiba, em julho de 2014. “Foi maior passeata de skate do mundo, com 40 mil participando”, conta Rafael Braciak, o Urso. Praticantes do esporte, atletas e empresários se mobilizaram a partir dali para criar uma entidade e ter representativade perante as autoridades. “Não adianta um monte de CPF ir lá conversar com o prefeito ou com o governador”, explica Urso. “Com auxílio de muitas pessoas, entre eles o Marcelo Almeida, resolvemos criar uma pessoa jurídica no terceiro setor, que hoje é a PRa Skate”, conta.

“A proposta é fomentar o skate no Paraná. Não é só organizar campeonato. Vai muito além disso”, explica Rafael Braciak. “Temos cinco pilares: 1) Construção e reformas de pistas; 2) Competições; 3) Social; 4) Cultura do skate; 5) questões olímpicas”, conta.

Social

“O skate é um ferramenta transformadora. Não importa classe social, religião, orientação sexual, idade… uma vez que está em cima do skate, tudo mundo é igual. É uma ferramente inclusiva”, diz Rafael Braciak.

Cultura do skate

“Música, vídeo, imagem. Estilo de se vestir, de ser, de falar. Promovemos exposições relacionados ao skate, músicos skatistas e músicas relacionadas ao skate. Foto e vídeo estão na cultura do skate. O skate é muito audiovisual”, conta Braciak.

Olimpíada

Dois paranaenses têm boas chances de disputar a Olimpíada de Tóquio 2021. Luigi Cini e Augusto Akio, o Japinha, competem na modalidade Skate Park e estão pertos de garantir vaga nos Jogos Olímpicos.

Taça Paraná

A PRa Skate promove competições. A principal delas é a Taça Paraná de Skate. “Em 2019, a Taça Paraná de forma itinerante, público e competidores, alcançou uma média de 4.500 pessoas nos quatro municípios onde foi disputada: Colombo, Paranaguá, Maringá e Curitiba”, destaca Fábio Costa, o Batata, um dos fundadores da PRa Skate.

Skatevias

O presidente da PRa Skate, Fernando Johnson, também está defendendo a implantação do projeto das skatevias, que funcionariam junto às ciclovias.

Apoiadores

A PRa Skate tem conseguido parcerias para difundir o skate e melhorar a estrutura para o esporte no Paraná. “Estamos fortalecendo todas as modalidades, unindo todas as gerações. Estamos trabalhando com Secretaria de Educação, levando o skate para as escolas. Temos apoio da Secretaria de Esporte, da Paraná Esporte. E agradecemos o Eduardo Pimentel (vice-prefeito de Curitiba), que sempre nos apoiou, assim como a SMELJ (Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba), a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria de Parques e Praças.

Drop dead

Proprietário da Drop Dead e vice-presidente da Confederação Brasileira de Skate, Carlos Eduardo Dias, 50 anos, elogia o trabalho da PRa Skate. “Graças a associações como a PRa Skate a gente consegue transformar o skate em uma ferramenta de transformação, de inclusão social”, disse ele, que começou a praticar o esporte em 1978 e morou em Curitiba.

Apoios e patrocínios

A PRa Skate está buscando apoiadores e patrocinadores para manter e ampliar os projetos no Paraná. Contato pelo [email protected]


Divulgação/Willian Smaniotto

Skate: esporte olímpico em 2021

Duas cidades do Paraná terão núcleos do Skate Escola

O skate terá sua estreia como esporte olímpico em 2021, no Jogos de Tóquio. No mesmo ano, o Brasil vai lançar o projeto Skate Escola, uma parceria do Governo Federal com prefeituras para levar aulas de skate a crianças e adolescentes de seis a 17 anos. As aulas serão no horário contrário às aulas escolares (o contraturno), como forma de estimular a pratica esportiva no público jovem.

O projeto será realizado em cinco estados e no Distrito Federal, totalizando 17 núcleos. Dois deles estão no Paraná: um em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e Santa Mariana (PR). As demais cidades são Bombinhas (SC), Porto Alegre (RS), Santos (SP), Santo Ângelo (RS), Teresina (PI), Balneário Camboriú (SC), Florianópolis (SC), São José dos Campos (SP), Brasília (DF) e Guarulhos (SP). Todas essas cidades têm pistas de skate públicas já construídas. Algumas aulas serão ministradas dentro de escolas que possuem a estrutura.

“O Skate Escola vem para difundir, apoiar e permitir a prática da modalidade nos municípios parceiros e, por meio de sua força atrativa e complexidade psicomotora, contribuir para o desenvolvimento físico, mental e social dos beneficiados”, afirma Fabíola Molina, secretária Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis) da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Em fase de implementação, o projeto tem como foco, além da expansão do esporte e do desenvolvimento dos jovens, o combate à evasão escolar, à criminalidade e ao uso de entorpecentes. “Além do físico, os valores que você conquista com o esporte são muito importantes, como autoconfiança, autoestima, o que para o jovem é decisivo. Ele passa a se enxergar como pessoa capaz, aprende valores de superação, a alcançar objetivos e ter resiliência. Tudo isso é um grande ganho na formação de crianças e adolescentes como cidadãos”.

De acordo com uma pesquisa encomendada pela CBSk (Confederação Brasileira de Skate) junto a Datafolha em 2019, o skate conta com um universo de 8,7 milhões de praticantes no Brasil.

“Segundo pesquisa do IBGE de 2016, Curitiba tem 215 mil skatistas”, comenta
A parceria entre a Secretaria Especial do Esporte com os municípios foi firmada em dezembro de 2020, com vigência de 16 meses. São quatro de implementação e 12 meses de atividades. O orçamento total do projeto é de R$ 2,8 milhões, com projeção de 3.840 beneficiados.

A dinâmica do projeto prevê formação de quatro turmas por trimestre com o número máximo de 15 alunos cada. Os meninos e meninas serão divididos por faixa etária e os materiais como equipamento de proteção e skate serão fornecidos. Cada núcleo será composto por um professor de educação física, um instrutor de skate e um coordenador técnico, que farão a supervisão das aulas.

Outro elo estratégico para o projeto é a Confederação Brasileira de Skate (CBSk). “Com o projeto, vamos unir duas frentes fundamentais para toda modalidade: formação de base estruturada agregada à construção de cidadania. Ao mesmo tempo em que fomentamos a prática do skate, ensinando fundamentos básicos do esporte, vamos promover a inclusão social de crianças e pré-adolescentes, beneficiando familiares e a comunidade como um todo”, avalia Eduardo Musa, presidente da CBSk.

Neste momento de implementação do Skate Escola, as secretarias de educação municipais estão em fase de estruturação do projeto, com mobilização da rede, estabelecimento de cronogramas de trabalho, definições pedagógicas de acompanhamento e contratação de profissionais. A CBSk trabalhará na coordenação dos núcleos e treinamento de instrutores que darão as aulas.