Franklin de Freitas

Um policial ficou ferido e oito pessoas foram presas durante a manifestação antirracista que acabou em quebra-quebra no Centro e no Centro Cívico, em Curitiba, na noite desta segunda (1). Os detidos foram encaminhados para o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Segundo o Subcomandante Geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Antônio Carlos de Morais, as lideranças foram identificadas e muitas imagens também foram coletadas: “Tudo isso está agora com a polícia judiciária, que vai concluir a investigação e responsabilizar as pessoas que lideraram uma manifestação que poderia ter sido pacifíca, mas acabou virando vandalismo”. Na opinião dele, os líderes são da Antifa. O movimento começou com 600 pessoas na Santos Andrade, mas chegou a 1200 pessoas e a operação policial contou com 200 policiais, informou o coronel. 

De acordo com ele, a inteligência da polícia acompanhou o chamamento pelas redes sociais e programou a o acompanhamento do evento, como sempre a Polícia Militar faz. “Fizemos o acompanhamento de forma técnica, e quando foram para o Palácio Iguaçu, começamos a detectar alguns sinais de violência. Nós tivemos que aguardar o momento certo de agir. Vimos quando as pessoas de bem estavam correndo risco, quando o patrimônio público e privado começou a ser depredado e até quando arrancaram e queimaram a bandeira. Mas nós temos nossas obrigações, chegou num ponto em que um policial foi ferido, prendemos oito pessoas que estavam mais isoladas, justamente para acalmar os ânimos e nada adiantou e tivemos que usar de certa força para dispersar”, afirmou ele. 

Morais ainda disse que o policial ferido passa bem: “Ele recebeu uma pedrada no escudo que acabou ferindo o braço, mas passa bem”. Não há informações de manifestantes feridos. 

Os organizadores da manifestação contra o racismo em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) divulgaram nota afirmando que o ato ocorreu de forma pacífica e ordeira, e apontam a suspeita de que os episódios de vandalismo ocorridos após o encerramento do evento podem ter sido provocados por “infiltrados” organizados para criminalizar o evento. Assinam a nota “Movimento Feminista de Mulheres Negras”, “Bando Cultural Favelados da Rocinha FAVELA”, “União da Comunidade dos Estudantes e Profissionais Haitianos ( UCEPH), “J23 – Juventude do Cidadania”, Rede nenhuma Vida a Menos”, com apoio do Grupo Dignidade e da Aliança Nacional LGBTI+.