
Hoje em dia todo mundo sabe sobre os danos que a radiação solar pode causar em nossa pele e a importância da fotoproteção para preveni-los. Além disso, as formas de fotoproteção têm se tornado mais amplas, sendo possível encontrar fotoprotetor em pó, spray, bastão, creme, gel, entre outras formulações. Porém, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o assunto. Por exemplo, segundo pesquisa recente liderada pelo consultor e pesquisador em Cosmetologia Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma, 80% dos brasileiros não têm a mínima ideia de qual a quantidade correta de protetor solar que deve ser aplicada. Para ajudar a mudar este quadro, o especialista apontou os principais mitos e verdades relacionados a fotoproteção. Confira:
– Apenas pessoas de pele clara precisam de fotoproteção. “Mito. Todos devem usar protetor para ajudar a prevenir o câncer de pele, pois pessoas de fototipo mais alto, apesar de estarem mais protegidas da radiação solar devido a maior presença de melanina no tecido, pigmento que dá cor à pele e que a protege da ação dos raios solares, também desenvolver este tipo de câncer.”
– Dias nublados e chuvosos não pedem fotoproteção. “Mito. A intensidade da radiação não está totalmente relacionada com o clima. A medida relacionada com a fotoproteção é o índice ultravioleta. Em climas nublados, a radiação consegue atravessar as nuvens, então mesmo assim precisamos de proteção para não ficarmos expostos.”
– É essencial reaplicar o protetor solar ao longo do dia. “Verdade. Os fotoprotetores, mesmo os que são à prova d’água ou resistentes ao suor, perdem sua eficácia em até 50% quando não são reaplicados depois do contato com a água ou após a atividade física, devido ao suor. Para garantir uma boa proteção, o ideal é reaplicar o produto de duas em duas horas para manter sua eficácia.”
– A proteção do filtro solar não depende da quantidade aplicada. “Mito. Se uma pessoa aplica metade da quantidade recomendada de um filtro com FPS 30, que deve ser, para o rosto, de uma colher de chá, ela recebe a proteção equivalente à de um FPS 8. E o pior é que, por achar que está protegida, ela acaba aumentando sua exposição ao sol, o que pode levar a uma lesão celular.”
– Barreiras físicas, como chapéu e guarda-sol, são suficientes para nos proteger da radiação solar. “Mito. Barreiras físicas, como chapéus, óculos e bonés, ajudam bastante a proteger dos raios solares. Porém, apesar de refletirem grande parte da radiação ultravioleta, não são suficientes sozinhos, devendo sempre serem associados a um fotoprotetor adequado para o tipo de pele de cada pessoa.”
– Usar protetor solar limita a quantidade de vitamina D. “Verdade. Usar protetor solar pode diminuir a produção de vitamina D da sua pele. Mas abandonar o fotoprotetor não é uma opção. Se você está preocupado que não está recebendo vitamina D suficiente, você deve discutir suas opções para obter o nutriente com seu médico. Muitas pessoas podem obter a vitamina D de alimentos e/ou suplementos vitamínicos. Essa abordagem fornece a vitamina D de que você precisa sem aumentar o risco de câncer de pele.”
– Não faz mal aplicar o protetor na pele úmida ou molhada. “Mito. A água pode diluir o produto e diminuir consideravelmente a sua proteção. Portanto, antes de aplicar o protetor solar na pele, certifique-se que a região está bem seca.”
– Além da proteção contra os raios UVB, indicada pelo FPS, é preciso que o fotoprotetor também proteja contra os raios UVA. “Verdade. Para que um protetor solar seja eficiente e seguro, ele não deve prevenir apenas contra os raios UVB, mas também deve proteger contra os raios UVA, cujo o fator de proteção é indicado pela sigla PPD e deve corresponder a pelo menos 1/3 do valor do FPS. Isso por que a radiação UVA está presente na natureza em níveis muito maiores e mais expressivos que a radiação UVB, pois consegue atravessar vidros e janelas e penetrar profundamente na pele, chegando até a derme, camada onde se localizam as fibras de colágeno e elastina, gerando assim uma quantidade altíssima de radicais livres. Estes radicais livres causam o aumento da degradação das fibras de colágeno e elastina, que dão sustentação à pele, sendo as principais responsáveis pelo fotoenvelhecimento, incluindo rugas, linhas de expressão, flacidez e manchas.”
Lucas Portilho – Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma e Pesquisador em Fotoproteção na Unicamp. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Novas fórmulas. Atuou como Coordenador de Desenvolvimento de produtos na Natura Cosméticos e como gerente de P&D na AdaTina Cosméticos. Possui 17 anos de experiência na área farmacêutica e cosmética. Professor e Coordenador dos cursos de Pós-Graduação com MBA do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional. Coordena Estágios Internacionais em Desenvolvimento de Cosméticos na Itália, França, Mônaco e Espanha. Atua em desenvolvimento de formulações para mercado Brasileiro, Europeu e América Latina