SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O papa Francisco pediu neste domingo (6) a líderes europeus que parem de discutir o destino de 49 imigrantes presos a bordo de dois navios humanitários de resgate no Mediterrâneo e concedam a eles um porto seguro.

Em declaração a milhares de pessoas na Praça de São Pedro, o pontífice se pronunciou pela primeira  envolveu sobre o caso, que levou a uma briga diplomática entre a Itália e Malta.

“Há vários dias, 49 pessoas resgatadas no Mar Mediterrâneo estão a bordo de duas embarcações de ONGs, à espera de um porto seguro onde possam desembarcar. Faço um apelo urgente aos líderes europeus para que demonstrem solidariedade real com essas pessoas”, declarou o papa aos fiéis.

Trinta e duas pessoas estão a bordo do Sea-Watch 3, uma embarcação dirigida por um grupo humanitário alemão, que as retirou de um barco inseguro na costa da Líbia em 22 de dezembro. Entre elas estão três crianças pequenas e quatro adolescentes.

Outro navio dirigido pelo grupo humanitário alemão, o Sea-Eye, transporta 17 pessoas resgatadas em 29 de dezembro.

Itália e Malta confirmaram neste domingo que não têm intenção de autorizar a atracação dessas embarcações.

“Na Itália, não vai entrar mais ninguém. Este é o limite e não vai mudar”, afirmou o ministro do Interior e líder da Liga (direita radical) Matteo Salvini ao jornal Il Messaggero.

“Os portos italianos estão e continuarão fechados”, reiterou ele nas redes sociais.

O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, disse por sua vez que não deseja criar um precedente ao autorizar o desembarque destes imigrantes, em entrevista à Radio One de Malta, citado pela imprensa italiana.

Na semana passada, quase duas dúzias de grupos humanitários, incluindo a Anistia Internacional e a Organização Internacional das Nações Unidas para as Migrações, pediram à União Europeia um porto seguro para os dois navios.