Entre 2000 e 2013, o Paraná contabiliza 285 mortes em acidentes envolvendo trens. Os dados são do sistema VigiSus, do Ministério da Saúde. Este número coloca o Estado em quarto lugar num triste ranking de mortalidade, atrás apenas de São Paulo (1.258 casos no período), Rio de Janeiro (698) e Minas Gerais (344). No caso do Paraná, os números são ainda mais procupantes, já que o Estado quase não tem linhas de transporte de massa utilziando trens.

No último final de semana, mais duas ocorrências elevaram as estatísticas. E as duas mortes aconteceram na mesma passagem de nível, em Pinhais, e em dias diferentes. O primeiro caso foi na sexta-feira, quando um carro foi arrastado por uma composição no cruzamento com a avenida Leopoldo Jacomel, e matou um jovem de 21 anos. O segundo caso aconteceu no sábado à noite. O motorista do carro foi levado para o hospital, onde faleceu.

No domingo, moradores de Pinhais fizeram uma manifestação bloqueando o cruzamento da avenida com a linha férrea. Eles disseram que em apenas dois meses foram cinco acidentes no local, e a causa seria a sinalização falha e o excesso de velocidade com que os trens passam pela região.

Já a concessionária América Latina Logística (ALL) emitiu nota à imprensa dizendo que as composições trafegam dentro do limite de velocidade, que existe sinalização, e que a preferência nos cruzamentos é do trem, que pecisa de um trecho de 500 metros, pelo menos, para a frear.

Projeto — A discussão sobre as passagens de nível na região é antiga. Por diversas vezes já esteve na pauta a criação de um contorno ferroviária que retiraria a linha férrea dos centros urbanso da Grande Curitiba.

No começo deste ano, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) autorizou o início dos serviços do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), para solução dos conflitos ferroviários na Região Metropolitana de Curitiba. Entenda-se, a retomada do projeto do contorno ferroviário.

Em janeiro foi dada a ordem para início dos serviços, com prazo de 270 dias, prorrogáveis. Após a conclusão do estudo, demonstrada a viabilidade da solução encontrada, poderá ser licitada a execução de projeto básico ou executivo. A execução da obra dependerá de previsão orçamentária futura, pois pretende-se incluir o empreendimento no Plano Plurianual 2016-2019, diz nota explicativa do Dnit de maio deste ano.


Obra

Duplicação
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) está com obras de duplicação da rodovia Leopoldo Jacomel, que liga Curitiba a Piraquara. A obra deverá ser entregue no segundo semestre de 2016. O Governo do Estado investe R$ 145 milhões na duplicação, e quando pronta, terá 14 quilômetros de novas pista duplicada, 28 quilômetros de calçadas e ciclovias e um viaduto próximo do Carrefour, local do cruzamento com a linha de trem.