O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, foi um dos homenageados na cerimônia de comemoração aos 40 anos do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde. A unidade do Governo do Paraná é referência nacional na produção de soros antipeçonhentos, entre eles o soro antiloxoscélico, utilizado no tratamento de acidentes com aranhas-marrons.

Desde de 2000, o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos é o principal produtor de soro antiloxoscélico do país, responsável por suprir a demanda de todos os estados brasileiros. Para o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, a homenagem é o reconhecimento do importante trabalho desenvolvido há décadas pela equipe do CPPI

Fomos pioneiros na pesquisa e produção desse tipo de soro. Foi uma resposta ao crescente número de acidentes com aranhas-marrons no Estado. Hoje, nosso objetivo é ampliar a capacidade de produção e expandir o trabalho de pesquisa em outras áreas, afirma o secretário.

Para isso, o Governo do Estado está investindo na reestruturação da unidade, com aquisição de equipamentos , reforma e construção de novas alas. Os investimentos fazem parte do Programa VigiaSUS, destinado a qualificar a área de Vigilância em Saúde nos 399 municípios paranaenses e nas unidades próprias da Secretaria da Saúde.

Neste mês de setembro, o CPPI também recebeu oito equinos doados pela Polícia Militar do Paraná. Os animais são utilizados no processo de produção de soros antipeçonhentos e vão contribuir para aumentar a capacidade do serviço.

HISTÓRICO – Segundo o diretor da unidade, Sérvio Túlio Stinghen, foi na década de 90 que começaram os primeiros estudos para se produzir o soro antiloxoscélico. Naquela época já era comum encontrar aranhas-marrons dentro de casa, em armários, cabeceiras de camas, cômodas e outros móveis. O risco de acidentes era cada vez maior e não havia nenhum soro que tratasse as consequências clínicas da picada, explica o diretor.

Após os primeiros testes, em 1996, o CPPI liberou o primeiro lote de soros para utilização nos serviços de saúde paranaenses. O produto era indicado para o tratamento de acidentes com apenas uma espécie de aranha-marrom. Três anos depois, a unidade conseguiu produzir um soro trivalente, capaz de neutralizar o veneno das três espécies (L. intermedia, L. gaucho e L. laeta) com o maior número de acidentes na América Latina.

Desde então, o centro vem se consolidando na área de produção de soros e antígenos, sendo fornecedor de insumos para o Ministério da Saúde e para a Organização Panamericana de Saúde. Além do soro contra a aranha-marrom, o CPPI também produz o Antígeno de Montenegro (tratamento da leishmaniose) e o soro Antibotrópico (picada de jararaca).