Divulgação – Rodrigo Swinka

Rodrigo Swinka não poderia comemorar seus 20 anos de transplante de rim de forma melhor. O curitibano acaba de voltar do IX Jogos Latino Americanos para Transplantados, que ocorreram em Salta (Argentina) no início de novembro, com uma medalha de prata no peito. Ele concorreu na categoria Triathlon – 5 km de corrida, 30 km de ciclismo e 400 m de natação – masculino (40-49 anos). Ao todo, 20 atletas integraram a delegação brasileira que voltou com 52 medalhas, o segundo melhor desempenho entre os países que competiram.

“Mais do que medalhas, estou muito feliz por ter superado este grande desafio. O grupo de atletas brasileiros estava muito unido e a história de cada um emociona. São pessoas que passaram por transplantes de coração, rim, pulmão, fígado, medula e hoje estão recuperados e dando exemplo mundo afora”, comenta Swinka.
Nos jogos para transplantados, dependendo do esporte, a competição tem algumas regras diferentes. No caso do Atleta Swinka (41), por exemplo, as três provas – corrida, natação e bicicleta – acontecem cada uma em um dia e também geram medalhas individuais. Foi a primeira vez que Rodrigo participa dos jogos para transplantados e  recebeu no total três medalhas: Prata Triathlon, Prata natação 400m e Bronze no Ciclismo.

No total, foram 380 atletas da América Latina participando da competição. Os jogos são organizados pela (ADETRA – Argentina) que faz eventos esportivos internacionais, a fim de aumentar a divulgação sobre a doação de órgãos.

Planos para o futuro

De acordo com Swinka, a delegação brasileira voltou muito animada e com planos para ressaltar ainda mais a questão da doação de órgãos e o esporte para transplantados no País. O grupo estuda a possibilidade de fazer a 1ª edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados e muitos atletas já estão de olho nos Jogos Mundiais para Transplantados, que acontece em Londres, em 2019.

“Por causa dos jogos, o grupo de atletas brasileiros  pode se conhecer pessoalmente e trocar experiências das ações de divulgação e criar um vínculo tornado o  grupo mais forte e unido,  e consolidando como porta-vozes para a causa da doação de órgãos, defesa do transplantado e em busca de melhorias que a legislação e  autoridades podem fazer pelos transplantados”, comenta Swinka.

Para ir para os Jogos Latina Americanos, o paranaense contou com o apoio da assessoria esportiva Webtreino, Clube Curitibano, AGL Incorporadora, Rimatur e Forneria Copacabana. Para o mundial de 2019, Swinka já está em busca de apoiadores para divulgação e patrocinadores.

“A ideia é aumentarmos o grupo, motivando as pessoas que estão na fila de espera de algum órgão, melhorar a qualidade de vida dos transplantados incentivando a prática de esportes para quem já transplantou e destacar a importância de ser um doador”, afirma.

 

20 anos de transplante de rim e uma causa para lutar

Um “não” foi o grande motivador de Rodrigo Swinka. Há 20 anos ele fez um transplante de rim e ouviu do médico que ele jamais poderia ser um triatleta. “Isso me deu uma sensação de desafio, dentro dos meus recém completados 18 anos. Desde lá eu venho sempre com aquele sentimento de desafiar o médico e também pensando em como ajudar as pessoas com o mesmo problema que eu. Praticar esporte, se superar e vencer os desafios são o início de uma grande jornada pessoal em busca da conscientização”, comenta Rodrigo Swinka.
 
Além de ser o novo representante do Paraná na Associação Brasileira de Transplantados (ABTX), Rodrigo Swinka também fundou o projeto Transplantei (www.transplantei.com.br) que dá informações e auxílio para transplantados e familiares.
 
Dados sobre transplante de órgãos

– Mesmo com o aumento no número de transplantes ano a ano, apenas no 1º semestre de 2018 morreram 1.286 pessoas na fila do transplante.

– De acordo com Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, os hospitais brasileiros identificaram nos primeiros seis meses de 2018, 51,1 possíveis doadores para cada 1 milhão de pessoas, mas o número de pacientes que realmente tiveram seus órgãos doados foi de 17 a cada 1 milhão de pessoas.

– Dentre os fatores que travam o aumento da doação de órgãos estão a contraindicação médica, parada cardíaca ou a não confirmação da morte encefálica. Os três representam 43% do total de causas para a não concretização da doação. Esta é a mesma porcentagem de casos em que a família do paciente com morte encefálica não permite a doação.