Geraldo Bubniak/ANPr

Principal complexo prisional do Paraná, com vaga para 1.829 detentos (743 na PEP e 1.086 na PEP 2), a Penitenciária Estadual de Piraquara é um dos núcleos de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) e teria sido convertido numa espécie de centro contábil da fação. É o que revela um relatório da Polícia Federal (PF) obtido pelo portal UOL, o qual afirmna que, embora existam movimentações financeiras em outros locais (até por conta da abrangência da facção), é na penitenciária da Região Metropolitana de Curitiba que fica o grande centro de controle do crime organizado.

Segundo a reportagem assinada por Vinicius Konchisnki e Flávio Costa, é da PEP que ao menos dois chefes do PCC elaboram planilhas e verificam a arrecadação da quadrilha. O dado foi descoberto pela Operação Cravada, realizada anteontem pela PF em 23 cidades de sete estados.

Segundo o delegado da PF Martin Bottaro Purper, era do presídio de Piraquara que os integrantes do PCC comandavam asm ações criminosas praticadas em quase todos os estados do Brasil. A informação vem de encontro a dados obtidos em episódios recentes. No começo de 2017, por exemplo, rebeliões em unidades prisionais do Amazonas e de Roraima deixaram cerca de 100 mortos. Na época, conversas interceptadas pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF) já mostravam que o mentor dos ataques era alguém do PCC que estava no presídio do Paraná.

Para chegar a tal conclusão, a PF monitora desde fevereiro a atividade administrativa da facção no presídio de Piraquara. Desde então, detentos identificados como responsávels pela contabilidade da facção estão sendo isolados pelo Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR), o que estaria incomodando os bandidos, segundo Purper.

Por mês, a facção arrecadava e repassava até R$ 1 milhão, valor arrecadado a partir das mensalidades de R$ 250 pagas por membros da facção. Uma gota no oceano de dinheiro que o crime movimenta, mas que dá uma ideia do poderio econômico da facção. Ressalte-se: o montante, visto pela investigação como “fluxo de caixa”, considera apenas a verba das mensalidades.

Confira a reportagem completa do portal UOL

Nota Depen Paraná:

O Depen PR — Departamento Penitenciário do Estado do Paraná tem colaborado e atuado em conjunto com a Polícia Federal, no âmbito da “Operação Cravada”. Tal atuação foi enaltecida pelo delegado Martin Purper, ao destacar que “as ações desenvolvidas pelos agentes penitenciários do Paraná, retiraram celulares e facas artesanais da PEP – Penitenciária Estadual de Piraquara, além da apreensão de bilhetes que colaboraram com as investigações”.

O Depen PR também afirma que tem desenvolvido diversas operações em todas as unidades do Estado com a finalidade de coibir o crime organizado e trazer mais segurança à sociedade em geral. Somente nesta semana, em ações diferentes, mais de 100 aparelhos celulares foram apreendidos em unidades do Estado.

Os agentes penitenciários do Paraná passam por constantes treinamentos para que possam melhor desempenhar suas atividades na custódia de presos.

A PEP – Penitenciária Estadual de Piraquara ? não se tornou ?quartel-general do crime organizado?, conforme cita a reportagem. A unidade é totalmente mecanizada e obedece às exigências mantidas no Caderno de Segurança (documento que rege o trabalho dos servidores), além é claro, de respeitar a LEP ? Lei de Execução Penal e as recomendações do Conselho Nacional de Justiça.

O Depen respeita o trabalho da imprensa e está de portas abertas para mais esclarecimentos.