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Um adolescente foi apreendido pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar nesta quarta-feira (03) por envolvimento no vandalismo à Bandeira Nacional que estava hasteada em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba. O protesto aconteceu na segunda-feira (01). O rapaz estava com um grande pedaço da bandeira e foi conduzido à Delegacia do Adolescente para os procedimentos. Outras seis pessoas detidas durante a manifestação seguem presas. A polícia civil já abriu inquérito para investigar os responsáveis pela destruição no final da manifestação e, segundo fontes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), novas prisões podem acontecer nos próximos dias. Os policiais analisam imagens do dia do quebra-quebra no Centro Cívico e monitoram as redes sociais.

As equipes da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE), subunidade do BOPE, fizeram buscas para localizar outros envolvidos na retirada e destruição do símbolo nacional do mastro em frente na praça Nossa Senhora da Salete. Durante a dispersão dos manifestantes, houve mais depredações e vandalismos a prédios públicos e privados na região do Centro Cívico.“Os policiais militares procuraram pelas redes sociais, e em outros locais, informações que pudessem levar à identificação dos envolvidos no vandalismo. Durante diligências encontraram o perfil de um rapaz que se autoentitula ‘ladrão da Bandeira do Palácio”, disse a porta-voz do BOPE, tenente Cibele Toniolo.

Na casa do rapaz, no bairro Cajuru, ao procederem a abordagem, os policiais encontraram um grande pedaço da Bandeira Nacional. Após as medidas de praxe no local, o suspeito foi encaminhado à Delegacia do Adolescente para ser ouvido pela autoridade policial.

A Polícia Civil do Paraná recebeu o rapaz na Delegacia do Adolescente, onde ele foi autuado em Boletim de Ocorrência Circunstanciada por perturbação da tranquilidade e dano ao patrimônio. Outras diligências continuam sendo feitas e a Polícia Civil está preparada e fazendo levantamentos em relações a outras possíveis manifestações. Uma delas está marcada para o próximo domingo (7).

Rede alega criminalização de protesto e denuncia maus-tratos

A chamada “Rede Nenhuma Vida a Menos – contra o genocídio do povo negro e periférico de Curitiba e Região” postou no Facebook denúncias sobre o tratamento aos presos no dia da manifestação. “Sete pessoas foram detidas arbitrariamente, seis permanecem e são acusadas injustamente de associação criminosa, desacato e dano qualificado. Além disso, diversas outras situações de abuso policial contra manifestantes foram registradas: uma pessoa foi detida com a acusação de possuir álcool 70 no carro, o que é inaceitável já que estamos em tempos de pandemia e o uso deste material e uma das principais recomendações dos órgãos oficiais de saúde; em outra abordagem a PM demonstrou mais uma vez sua transfobia ameaçando bater duas vezes mais em uma das manifestantes abordadas, poe esta ser uma mulher trans; um dos jovens detidos sofreu de crise alérgica e os funcionários da delegacia recusaram apoio; todas as pessoas detidas foram impedidas de tomar água ou ir ao banheiro durante muitas horas, num desrespeito claro aos direitos humanos e garantias processuais”, afirma a rede na nota. ” Exigimos liberdade para todas as pessoas detidas e o fim das acusações contra elas! Nos posicionamos contra a criminalização da luta por um basta à violência diária ao povo oprimido, violência esta que acontece sob o manto de instituições como a Polícia Militar, diária e veladamente”. Nem a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) nem a Polícia Militar (PM) quiseram se pronunciar sobre a nota da Rede Nenhuma Vida a Menos. A PM, no entanto, garantiu que as condutas individuais durante a manifestação serão analisadas em processos administrativos.

Movimento negro entrega bandeira nacional no Palácio Iguaçu e repudia vandalismo

Representantes do Movimento Negro Organizado de Curitiba fizeram hoje a entrega simbólica de uma bandeira nacional ao chefe da Casa Militar do Governo do Estado, tenente-coronel Welby Pereira Sales. O ato, acompanhado pela Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social (Sudis), teve como objetivo repudiar a ação de vandalismo que queimou, na segunda-feira (01), a bandeira do Brasil que fica hasteada em frente ao Palácio Iguaçu.

Uma nova bandeira foi colocada no lugar da que foi danificada. O espaço do Pavilhão Nacional, como é chamado o local em ficam os mastros com as bandeiras do Brasil e do Paraná, precisou ser higienizado por conta de pichações. Além disso, o mecanismo que conduz o hasteamento teve que ser consertado, já que havia sido danificado pelos vândalos.

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