Divulgação/SMCS

Nem toda abelha sem ferrão é boazinha. As da espécie arapuá, por exemplo, são conhecidas por atacar e chegar a matar algumas espécies vegetais. Elas costumam se instalar no topo de araucárias, explica o agroecólogo pesquisador do Museu de História Natural do Capão da Imbuia, Felipe Thiago de Jesus. Uma vez instaladas, passam a se alimentar com a resina da árvore, causando a morte por estrangulamento.

Este poderia ter sido o destino de uma grande araucária que fica no pátio do Hospital Pequeno Príncipe, no Água Verde. Com a experiência de quem viu uma araucária secar e morrer por conta dessas abelhas em sua residência, o prefeito Rafael Greca notou o ninho instalado no pátio do hospital – e fez o alerta.

Com auxílio de técnicos da Prefeitura, a colmeia foi retirada nesta quinta-feira (9/8) e remanejada para uma área próxima ao zoológico, um ambiente amigável para essas abelhas.

Não foi a primeira dessas intervenções do prefeito, reconhecido como atuante defensor das araucárias. “Dessa forma também salvamos a araucária da frente da Assembleia Legislativa no Centro Cívico”, lembrou Greca em sua rede social.

A árvore é símbolo do Paraná e faz parte da origem do nome da capital – em tupi, Curitiba quer dizer “muitos pinheiros”.

A preservação ganha ainda mais importância na medida em que a araucária é uma árvore de desenvolvimento lento. As primeiras pinhas surgem apenas depois de 12 a 15 anos do nascimento, e a vida da planta se estende em média por 200 a 300 anos, podendo chegar em alguns casos a 500 anos.  

Jardins de Mel
A arapuá não deve ser confundida com nenhuma das cinco espécies de abelhas que fazem parte do projeto Jardins de Mel, que está sendo desenvolvido em Curitiba e busca repovoar áreas da cidade com abelhas nativas sem ferrão – nenhuma delas causa danos às pessoas nem à vegetação.