Com a pressão dos cirurgiões-dentistas da Prefeitura de Curitiba, em greve desde a quinta-feira, e o intermédio dos vereadores da Capital, a Prefeitura deve receber a categoria para uma rodada de negociações ainda hoje. A reunião foi prometida ontem, depois que os profissionais em greve realizaram atos em frente à Prefeitura, na Secretaria de Saúde e na Boca Maldita, e ainda uma caminhada pelas ruas centrais até a Câmara Municipal, onde  a secretária da Saúde, Eliane Chomatas, prestava contas da saúde durante a tarde.
Falando aos vereadores, Eliane disse que o orçamento municipal não permitia a equiparação pedida pelos dentistas. O pronunciamento da secretária causou indignação nos dentistas que acompanhavam a sessão. Em protesto, os cirurgiões deram as costas para a secretária, diz nota do Sindicato dos Sevidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc). Os dentistas ainda foram recebidos em audiência pelos vereadores. O local e horário da reunião de negocaição ficou para ser acertada.

Mesmo com a promessa de início de uma negociação, os cirurgiões-dentistas promovem mais um ato nesta manhã. Eles se concentram em frente à Prefeitura a partir das 9 horas para manter a pressão e confirmar que sejam recebidos por um grupo de trabalho da Prefeitura com poderes para negociar. Os cirurgiões-dentistas pedem a isonomia com a classe médica no serviço público da Prefeitura, garantida por Lei Federal.
Desde que deflagraram a greve, os dentistas realizaram atos todos os dias. No final de semana, eles panfletaram na Boca Maldita e no Largo da Ordem, mostrando para a população que a greve pretende reestabelecer a justiça, desde que um projeto de lei do prefeito Luciano Ducci aprovado em junho deste ano desvinculou a carreira dos cirurgiões-dentistas da dos médicos. Com isso criou-se uma nova tabela salarial para os médicos, separando-os da carreira dos cirurgiões-dentistas. Além disso, a nova lei também incorporou uma gratificação exclusiva dos médicos, enquanto que os dentistas permaneceram sem nenhum benefício.
A categoria mantém a recusa da única oferta feita pela Prefeitura até o momento, de reposição 20% escalonado em 2012 e 2013, mas com perda de 20% da gratificação da Estratégia de Saúde da Família, o que na prática anularia o aumento concendido em duas parcelas. Os dentistas votaram que a greve continua até que consigam a isonomia novamente.