SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo planeja usar ferramentas de envio de mensagens em massa e anúncios segmentados em redes sociais para tentar estimular os paulistanos a separar seu lixo para reciclagem.


“Coloco os PEVs [Postos de Entrega de Recicláveis] e aí começamos a mandar mensagem para quem está no entorno. Hoje, pelas redes sociais, você consegue selecionar bairro, consegue selecionar tudo, é impressionante. Não é caro e eu atinjo diretamente aquela população”, diz Edson Tomaz Filho, presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana).


A ação faz parte de uma campanha maior, chamada Recicla Sampa, lançada há duas semanas e que pretende motivar os paulistanos a separar e entregar o lixo da maneira correta para a coleta.


Não é preciso separar papel, plástico, vidro etc. Materiais recicláveis devem ir para um saco, e o lixo orgânico para outro. Só que cada tipo precisa ser colocado na rua em um momento diferente, pois cada categoria é recolhida por um tipo de caminhão.


Um dos objetivos da campanha é que os paulistanos consigam consultar mais facilmente o dia e a hora em que o caminhão da coleta de recicláveis passa e tirar outras dúvidas sobre como o lixo deve ser separado. Há coisas que parecem recicláveis, mas não são, como comprovantes de pagamento via cartão de crédito.


“Antes fazíamos ações pontuais. A ideia agora é fazer uma ação permanente para informar e estimular as pessoas a participar”, diz Tomaz.


Atualmente, a cidade dá tratamento correto a apenas 7% do lixo reciclável gerado, o que equivale a 80 toneladas por dia. No entanto, as duas centrais de triagem municipais possuem estrutura para receber até 500 toneladas diárias.


Hoje, 70% das ruas da cidade são atendidas por caminhões que recolhem recicláveis, que passam em horários diferentes da coleta regular.


Para atingir os outros 30% de endereços, a gestão Bruno Covas (PSDB) planeja instalar contêineres para a entrega do lixo. “Fazer a coleta assim é mais prático e barato do que com o caminhão porta a porta. Nossa ideia é expandir isso com o tempo”, conta Tomaz.


Qualquer morador que quiser ter um contêiner para entregar recicláveis perto de sua casa ou condomínio pode fazer o pedido pelo telefone 156.


Embora sejam práticos e estejam em uso há anos em cidades de países como a Espanha, os contêineres enfrentam desafios, como a falta de espaço nas calçadas e ruas para a sua instalação, o mau uso e o vandalismo.


Para a prefeitura, aumentar a reciclagem também é uma forma de melhorar as finanças. “O aterro que fica na cidade de São Paulo tem vida útil de mais dez anos. É complicado encontrar terrenos e ninguém quer um aterro perto de sua casa. Quando ele encher, vamos ter de mandar o lixo para lugares mais distantes, o que aumentará os custos”, lembra Tomaz.


“Entre 4% e 5% do orçamento da cidade vai para a gestão do lixo. Isso representa R$ 2,5 bilhões por ano”, diz o presidente da Amlurb. “Ao reciclar mais, reduzimos o gasto para a cidade e geramos renda para as cooperativas.”