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Nos últimos meses, o mundo teve uma mudança de comportamento inesperada, mas necessária. Os principais players mundiais adotaram medidas de contenção ao avanço do Novo Coronavírus, o qual possui alto índice de transmissão, quando comparado aos outros vírus que a população já conhece, como o H1N1, por exemplo.

Mais de 4 milhões de casos de Covid-19 já foram confirmados em todo o mundo, sendo aproximadamente 1% deles fatais. E a política de quarentena e restrições causaram impactos econômicos em diversos setores. Mas quais indústrias foram as mais afetadas pela mais recente pandemia? Nós fomos atrás dessa, e de outras informações.

Mudanças comportamentais estão por vir
Apesar de diversos mercados terem sido afetados negativamente pelo Novo Coronavirus, a expectativa é de que haja um aumento na demanda por bens essenciais. Além disso, que empresas acelerem seus investimentos em plataformas digitais quer permitam aos seus consumidores pedirem por produtos sem sair de casa.

A falta de entretenimento fez com que sites de streaming e jogos online ganhassem espaço, conforme mostra este infográfico, e servissem como uma forma de aliviar o estresse das pessoas. Essa será uma nova realidade que a população mundial passará e toda essa mudança de comportamento exige uma reorganização que vai muito além da economia, adentrando nas relações interpessoais e familiares também.

A indústria de fármacos, por exemplo, está passando por um aumento na demanda de produtos. Novos testes, investimentos para o descobrimento de vacinas e formas de tratamento do vírus estão sendo realizados com apoio de autoridades governamentais e financiamento de capital estrangeiro.

Outro setor que também teve um aumento foi o do ensino à distância. Plataformas que permitem interação entre professor e aluno, com possibilidade de disponibilização de materiais estão sendo mais procuradas. Afinal, escolas são um grande dilema para líderes governamentais no que diz respeito às medidas de restrição.

Bens não essenciais são os mais afetados
panic-buying voltou a ganhar espaço entre especialistas, já que é o tipo de comportamento esperado pelos consumidores em momentos de instabilidade global. David Savage, professor da Universidade de Newcastle, Austrália, salienta que é racional esperar esse tipo de comportamento em períodos de incerteza.

É no momento de pânico que pessoas focam seus gastos em bens essenciais, dispensando compras em setores como turismo, recreação, entretenimento (como bares e cinema), entre outros. Além disso, a procura mundial por insumos produtivos, como petróleo, gás e energia, será altamente impactada, já que serão demandados menos produtos no mercado.

O setor financeiro também será altamente impactado, já que muitas pessoas reduzirão suas demandas por empréstimos, uma das principais fonte de receita de instituições bancárias. E possivelmente diversos indivíduos resgatarão seus recursos em poupança, o que reduzirá o valor em reserva dos bancos.

Segundo estudos recentes, os setores mais impactados negativamente durante a pandemia do Novo Coronavirus serão:
1. Aviação: impacto maior que 45% no número de assentos disponíveis em voos
2. Turismo & Varejo: queda de 20% na receita total
3. Automotivo: redução de 10% do PIB
4. Mercado imobiliário: queda significativa na demanda por imóveis

Impacto pode ser maior que o da crise de 29
Segundo Jesse Rothstein, diretor do Instituto de Pesquisa de Empregos da Universidade de Berkley, existe uma grande probabilidade de a recessão econômica ser pior que o período da Grande Depressão, onde a taxa de desemprego alcançou o patamar aproximado de 24,9% com queda do Produto Interno Bruto de mais de 25%.

Para economistas, existe uma grande probabilidade de a taxa de desemprego mundial chegar aos 25%, podendo até ultrapassá-la. E o resultado dependerá diretamente das políticas dos governos de cada país. Bancos mundiais buscam alternativas ao impacto da pandemia na economia global, como pacotes econômicos e auxílio emergencial.

Antes do impacto do Novo Coronavirus na economia brasileira, especialistas estimavam um crescimento de aproximadamente 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Porém, principalmente devido ao aumento no número de desempregados e a necessidade reformulação do planejamento econômico por parte do Ministro da Economia, Paulo Guedes, o Banco Central do Brasil estima queda de mais de 5% para o PIB brasileiro em 2020.