ITALO NOGUEIRA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidenciável tucano Geraldo Alckmin afirmou nesta quinta-feira (21) que a prisão do ex-secretário de Logística e Transporte de sua gestão em São Paulo, Laurence Lourenço, não terá efeito em sua pré-campanha ao Palácio do Planalto.

“Nenhum”, disse ele quando questionado, após almoço com empresários no Rio, sobre a operação da Polícia Federal que levou à prisão do ex-auxiliar.

Alckmin disse apoiar a apuração sobre suposto superfaturamento nas obras do Rodoanel, mas pediu uma conclusão rápida sobre o caso.

“Se há qualquer tipo de investigação, que ela seja rápida, profunda e que se esclareça. O que tínhamos conhecimento era de um parecer um técnico do TCU [Tribunal de Contas da União] e todas as informações já foram prestadas”, disse o ex-governador tucano.

“A gente não deve se precipitar, para não tirar conclusões precipitadas. Vamos aguardar para não cometer injustiça”, declarou o tucano.

O tucano disse que o superfaturamento apontado pelo TCU tinha como origem uma “diferença de interpretação nas regras do BID e do próprio TCU”. Sobre os indícios de corrupção, apontados pelo Ministério Público Federal, ele respondeu: “Só se tiver fato novo, porque não existia isso.”

O ex-governador disse que nomeou um procurador como secretário de Transporte em sua gestão, em referência a Saulo de Castro Abreu, escolhido para o cargo em 2011 -mesmo ano que Lourenço assumiu a Dersa.

“Nosso secretários dos Transportes foi um membro do Ministério Público. Não é nem promotor, é mais que promotor, é procurador do estado de São Paulo”, disse ele.

A equipe nomeada para a pasta em 2011 tinha um perfil policial. Uma das tarefas era a revisão de contratos e licitações da secretaria, foco de denúncias de superfaturamento e tráfico de influência na gestão de José Serra (PSDB) no Estado, de 2007 a 2010.

Lourenço é ex-diretor da Kroll, empresa de investigação. À época de sua nomeação, em 2011, Abreu descreveu os atributos do subordinado para o cargo.

“A Kroll deu ao Laurence experiência na iniciativa privada, superfaturamento de contratos etc.”, disse o então secretário.