
Com a pandemia de coronavírus, a procura pelas compras online com delivery nos supermercados de Curitiba aumentou pelo menos 10 vezes. Com a demanda totalmente incomum, muitos consumidores tem reclamado de atraso nas entregas, substituição indevida de produto, sites fora do ar e faltas de produtos. Alguns supermercados só estão prometendo entrega para abril. As redes assumem o problema e garantem que estão tomando as providências necessárias, como contratar funcionários temporários e mudam logística, mas alertam que os clientes prioritários das compras online são os idosos, pessoas com dificuldades de locomoção e gestantes.
Andrea Thais de Paula, que mora com seus pais acima dos 60 anos, pensou em fazer as compras online, mas depois de tentar em sites de quatro supermercados e não conseguir, acabou indo pessoalmente em um deles. “A gente tentou no Mufatto, Pão de aç[ucar, Carrefour, Fetval e Extra, O Pão de Açúcar tinha, mas tem que ir buscar, assim como o Carrefour, mas só a nossa situação é justamente, não querer sair de casa. Nos outros, faltavam muitos produtos e a gente só sabe quando termina a lista”, conta ela. Laísa Silveir conseguiu comprar em um dos mercados, mas passada uma semana, as compras não chegaram: “Cancelei , fui pessoalmente em outra rede e ainda vou demorar para ter o dinheiro estornado no cartão”.
Em nota, o Grupo Muffato informou à reportagem do Bem Paraná que adotou uma série de providências logo que registrou a alta significativa, na demanda pelo delivery, serviço que considera essencial neste momento em que se estimula o consumidor a suspender as visitas aos supermercados como medida de proteção e cuidado com a saúde. Este plano de ação, emergencial para otimizar o serviço, está em andamento desde o início da quarentena.
Rede de supermercados do Paraná vai medir temperatura de clientes
“O aumento expressivo da demanda pelo sistema de delivery do Grupo Muffato nos últimos dias, que superou em até dez vezes o movimento habitual, teve impacto nas operações da rede. A empresa adequou os seus processos de trabalho, instituiu novos turnos e ajustou a logística dos seus centros de distribuição e reposição de produtos para manter o abastecimento, garantir a disponibilidade de produtos e a segurança dos seus clientes”, diz a nota. O Grupo Muffato conta com a compreensão e confiança de todos para eventuais atrasos e alterações nos prazos de entrega.
“Atrasos nas entregas ocorrem por conta do expressivo aumento na procura pelo serviço. Para agilizar o atendimento, o Grupo Muffato suspendeu as substituições de itens, otimizando o atendimento para contemplar da melhor forma possível o conjunto de clientes. Pode haver um certo atraso nos estornos, em razão principalmente do processamento bancário das transações. A nota diz que ainda que os prazos de entrega estão cada vez mais curtos em razão de ajustes nos processos de trabalho, como novos turnos e ampliação do sistema de delivery. Assim, o serviço está cada vez mais eficaz.
Entrega depende de disponibilidade
O serviço de e-commerce do Pão de Açúcar (www.paodeacucar.com) está recebendo pedidos normalmente e as entregas estão sendo realizadas de acordo com a disponibilidade de datas informadas no momento da compra. A rede tem atuado para reforçar a sua operação a fim de atender a maior quantidade possível de consumidores.
Devido à alta da demanda, o e-commerce da rede terá nos próximos dias um novo centro de distribuição para o abastecimento de São Paulo e região, onde está concentrado o maior número de pedidos, e estão otimizando a infraestrutura de estoque em lojas selecionadas em outros Estados para ampliar a capacidade operacional dos sistemas de entrega em todo o Brasil. Também, novos colaboradores temporários estão sendo convocados para auxiliarem nos trabalhos. Os sistemas de e-commerce estão, ainda, priorizando a entrega para clientes em grupos de risco, como idosos e pessoas com mobilidade reduzida.
Os suspermercados Carrefour e Angeloni também já avisam em seus sites que as entregas podem demorar e que produtos em faltas serão substituídos automaticamente por similares.
De acordo com o Compre e Confie, empresa do grupo Clearsale, as vendas online aumentaram 40% nos primeiros 15 dias de março. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, algumas lojas online tiveram aumento de 180% nas transações relacionadas a alimentos e saúde.
“As compras online dessas categorias, além de supermercados e deliverys devem crescer ainda mais”, diz Gastão Mattos, líder da IDid no Brasil, plataforma de pagamentos online que elimina os riscos de fraude.
Mercado Municipal e feiras
Os permissionários do Mercado Municipal de Curitiba e do Mercado Regional Cajuru também aceitam pedidos via delivery ou retirada no local. E o Mercado Regional também está atendendo no fim de semana, fazendo vendas diretas no estacionamento. Os feirantes de algumas das 87 feiras livres, gastronômicas, orgânicas e noturnas estão recebendo pedidos via Whatsapp para delivery ou para retirada no local. As feiras ficam abertas de terça a domingo.
Estabelecimentos de bairro e aplicativos são opções
Os supermercados menores nos bairros podem ser um opção para os curitibanos em tempos de pandemia do coronavírus. Com estruturas menores, eles têm organizado as compras remotas pelo whatsapp, onde o cliente manda a lista por ali. Mesmo os pequenos registraram uma alta significativa nas compras nesta modalidade.
O Supermercado Tissi, por exemplo, antes tinha um número whatsapp para telecompras que servia todas as quatro lojas. Nesta quarta (24), teve que criar um telefone para cada loja para otiimuzar a separação e a entrega das compras. No caso do Tissi, não há taxa de entrega para quem mora até cinco quilômetros das lojas. Os aplicativos Ifood, UberEats e Rappy também têm opções de compras em supermercados, a maioria menores, mas o Extra, por exemplo, só disponibiliza compras por aplicativos.