Você já leu alguma manchete parecida com o título desse artigo? Infelizmente, acho que não. Por outro lado, também não deve ter lido na mídia chamadas como “Pai de três crianças mata sua família inteira ao ser imprudente no trânsito” ou “Mulher de 20 anos mata uma grávida de sete meses ao perder o controle do veículo enquanto tentava gravar uma live e dirigir”.
Cerca de 47 mil pessoas são mortas a cada ano no Brasil. Pessoas estão causando mortes e desfazendo sonhos, gerando órfãos, desestruturando famílias e causando sequelas inimagináveis. 90% das fatalidades no trânsito são evitáveis por estarem diretamente ligadas à imprudência e imperícia. Não são acidentes. A direção irresponsável nos coloca – e nos mantém – em 5º lugar na lista de países mais violentos no trânsito.
Quando as notícias são sobre os números do trânsito, falam de dados e índices, mas não trazem protagonismo ao ser humano, tampouco os responsabilizam pelo dano causado. Não é por acaso que o tema que destacamos no Maio Amarelo deste ano é #NósSomosoTrânsito. Quando olhamos para um ambiente de trânsito, vemos máquinas se movendo, não enxergamos as pessoas, não reconhecemos olhares, histórias, sonhos e sorrisos.
Por meio do Instituto Mobih (institutomobih.com.br) – o qual ajudei a construir, a começar pelo nome, Mobilidade HUMANA Inteligente e Segura – e suas conexões, realizaremos um trabalho profundo para promoção de dados consistentes sobre pessoas. Com o +Mobih (maismobih.com.br), plataforma de engajamento para pessoas que se preocupam com pessoas e querem ajudá-las a se moverem de forma segura, vamos abrir o primeiro canal para escutar aqueles que se movem todos os dias. 
Precisamos deixar de fazer mais do mesmo. Devemos nos empenhar em descobrir a chave que abrirá os sentidos necessários para que façamos não apenas campanhas, mas mudemos comportamentos, eduquemos com efetividade e formemos motoristas protagonistas da mobilidade. E, dessa vez, não mais urbana, mas, sim, humana!
Venha para essa missão!

Marina de Oliveira é diretora de Comunicação do Grupo Tecnowise e do Instituto Mobih