MARCELO TOLEDO

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Uma das principais cidades do interior do país, Ribeirão Preto fica a 313 quilômetros de distância de São Paulo. Para chegar à capital por vias rodoviárias, o motorista precisará utilizar o sistema Anhanguera/Bandeirantes e, em três horas, estará nas marginais Tietê ou Pinheiros.

Mas nem sempre foi assim. Um século atrás, a distância entre Ribeirão e São Paulo era de 418 quilômetros. Pelos trilhos. De carro, era possível ir à capital em oito horas.

Como a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro –que administrava a linha férrea que passava pela cidade– tinha como interesse básico atender aos cafeicultores paulistas, seus principais clientes, o traçado da ferrovia era muito sinuoso, de forma a passar nas lavouras cafeeiras para o embarque da produção, rumo ao porto de Santos. Não à toa, era conhecida como ferrovia “cata café”.

Com isso, não havia lógica alguma em seu traçado e a viagem tinha a duração aumentada. A velocidade média dos trens, que dependiam muito da geografia do terreno, oscilava entre 25 km/h e 30 km/h.

Inaugurada em 1875 em Campinas, a Companhia Mogiana chegou a Ribeirão Preto oito anos depois, mas só foi ter prédio definitivo na cidade em 1885. A atual estação data de 1967, na avenida que leva o nome da companhia ferroviária.

Com o declínio das empresas do setor, a linha de Ribeirão Preto passou a integrar a já extinta Fepasa (Ferrovias Paulista S.A.) em 1971. Desde 1997 os trens de passageiros não circulam mais pela linha.