De 29 de março a 5 de abril acontece a Semana Municipal do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Instituída em 2016, a Lei Municipal 14.809 dedica a semana a atividades e eventos voltado ao TEA.

Este ano, para evitar a proliferação do novo coronavírus, os eventos presenciais, organizados pelas instituições compostas por profissionais e familiares de pessoas com TEA, apoiadas pela Prefeitura, foram adiados e as manifestações serão on-line.

“Faremos ações virtuais, todos juntos pela conscientização do TEA, porque a informação e o respeito diminuem o preconceito e promovem a inclusão”, disse Denise Moraes, diretora do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Curitiba.

A UPPA (União de Pais pelo Autismo) está propondo uma Caminhada Virtual pelo Autismo e pede que nesta quinta-feira (2/4) as pessoas postem nas redes sociais uma foto ou um vídeo vestindo azul ou com um cartaz com uma mensagem sobre o tema.

Filtros e avatares relativos ao TEA também foram adotados pelas instituições nesta semana. Além das ações na internet, a partir desta quarta (1/4), o Jardim Botânico estará iluminado de azul, em alusão ao tema.

Sobre o transtorno

O autismo não tem causas conhecidas. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação ou interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.

Pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.

As pessoas com transtorno do espectro autista são afetuosas. “O coração do autista é muito bom, é doce, é meigo. O Henrique é do tipo que abre a porta para a gente entrar, se estamos tristes ele nos traz uma rosa”, comenta Rita Armstrong, mãe do Henrique Armstrong, rapaz autista de 23 anos retratado na campanha Acessibilidade Atitudinal da Prefeitura.

“Sabemos de muitos casos em que o autista não é aceito, não é respeitado. Recebo ligações de mães de várias cidades de todo o Brasil, comentando o vídeo. Já foi passado em várias escolas onde as crianças passam a ver os colegas autistas com outros olhos e isso é muito gratificante”, concluiu.

Já Henrique, ao ser questionado sobre como gosta de ser tratado, respondeu: “eu gosto que me tratem com respeito e que não fiquem achando que eu sou bobo ou coisa assim, porque não sou. Só tenho dificuldade de me organizar, de me controlar com barulho e outras coisas e meu maior desafio é na sala de aula, porque muitas vezes eu não consigo me concentrar.”

Sinais e sintomas em bebês e crianças

Os bebês costumam evitar o contato visual com a mãe, inclusive durante a amamentação; apresentar choro ininterrupto, apatia, inquietação exacerbada, pouca vontade para falar e também uma surdez aparente (a criança não atende aos chamados); transtorno de linguagem, com repetição de palavras que ouve; movimentos pendulares e repetitivos de tronco, mãos e cabeça; ansiedade; agressividade; resistência a mudanças na rotina.