Agência Câmara

O deputado paranaense Osmar Serraglio (PP) afirmou , em entrevista à jornalista Lydia Medeiros, do jornal "O Globo" que sofreu pressões dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (MDB-AL).quando era ministro da Justiça do governo Temer, em 2017. Segundo ele, o tucano tentou alterar o curso de investigações na Operação Lava Jato e que Renan Calheiros fez pressão contra ele. Segundo o deputado, essas pressões resultaram na demissão dele do ministério.As declarações de Serraglio podem complicar ainda mais a situação de Aécio.

Em notas, as assessorias de Aécio Neves e Renan Calheiros contestaram as acusações de Serraglio.  A defesa de Aécio Neves disse que o senador jamais tentou interferir na nomeação de delegados para a condução de qualquer inquérito e que essa questão é afeita exclusivamente à Polícia Federal. A nota da defesa afirma ainda que todas as conversas que Aécio teve sobre o tema foram para mostrar inconformismo com inquéritos abertos, segundo a nota, "sem qualquer base fática e com a demora para conclusão deles". Sobre os termos inadequados usados para se referir ao então ministro da Justiça, na conversa com Joesley Batista, a nota afirma que, na época, o senador telefonou para Osmar Serraglio na época, para se desculpar.

 Renan Calheiros afirmou através de nota que não se prestaria a falar com Osmar Serraglio e que virou oposição ao governo Temer justamente quando ele assumiu o ministério. A nota diz que ele jamais se relacionou com esse grupo político.

Na última terça-feira, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) decidia que Aécio se tornaria réu por causa das acusações feitas por delatores do grupo J&F, o deputado fez um discurso no plenário da Câmara.

Sem mencionar diretamente o nome de Aécio Neves, o ex-ministro falou sobre pressões que teria recebido do tucano para aceitar a indicação de um delegado da Polícia Federal escolhido pelo senador.