BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O setor de serviços foi responsável pela maior parte dos empregos criados em agosto.

Das 110,4 mil novas vagas registradas no mês passado, 66,3 mil foram nesse setor, de acordo com dados do governo federal.

O Ministério do Trabalho divulgou nesta sexta-feira (21) o resultado do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O saldo registrado no mês passado é o maior para o mês desde 2013, quando foram criadas 127,6 mil novas vagas.

Comemorado pelo governo, o resultado foi divulgado em três etapas.

Primeiro, o presidente Michel Temer escreveu no Twitter, na quinta-feira (20), que o Brasil criou mais de 100 mil vagas formais.

Na manhã desta sexta-feira (21), Temer voltou a falar sobre o dado e anunciou um saldo positivo de 117 mil postos de emprego.

No período da tarde, o Ministério do Trabalho divulgou os dados detalhados, com um saldo menor do que o mencionado pelo presidente.

Depois do setor de serviços, aparecem o comércio, com 17,9 mil novos empregos, e a indústria de transformação, com 15,8 mil novas vagas.

A agropecuária foi a única área que mais demitiu do que contratou: o saldo ficou negativo em 3,4 mil postos de trabalho.

Na análise dos subsetores de serviços, a área de ensino aparece com um saldo de mais de 20 mil novas contratações.

Em seguida, está a administração de imóveis, com saldo positivo de 18 mil, e serviços de alojamento, alimentação e reparação, com mais de 12 mil novos empregos.

Bruno Ottoni, pesquisador do iDados e Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), avaliou o resultado de agosto como uma “boa notícia”, mas ponderou que é cedo para prever se o ritmo de melhora vai se repetir.

“Temos de esperar para ver se esse tipo de resultado mais forte ocorrerá nos próximos meses”, disse.

De qualquer forma, ele lembrou que o mercado de trabalho costuma apresentar mais contratações do que demissões no segundo semestre, com exceção do mês de dezembro, quando há muitas demissões.

Para o trabalho intermitente, foram quase 4.000 vagas criadas em agosto.

O governo federal registrou que 93 trabalhadores tiveram mais de uma admissão no mês passado.

Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que, apesar de considerar os contratos intermitentes como novas vagas de emprego, o governo não sabe se eles de fato foram chamados a trabalhar e se tiveram algum rendimento.

Esse tipo de contratação foi criada pela reforma trabalhista, em vigor desde novembro do ano passado. O contrato, também conhecido como zero hora, não prevê uma jornada fixa.

No acumulado de janeiro a agosto, o saldo de criação de empregos está positivo em 568,6 mil.

No mesmo período do ano passado, o saldo positivo era de 163,4 mil.