À mulher de César, não basta ser honesta, tem que parecer honesta. O velho ditado romano é cada vez mais atual. Na sociedade cruelmente competitiva em que vivemos, a imagem e a aparência, infelizmente, são mais valorizadas do que o próprio conteúdo. Ou melhor, o conteúdo de uma só será valorizado depois da aparência aprovada, se for aprovada.
Por injusto e errado que isso seja, todas as pessoas fazem juízo de valor umas sobre as outras o tempo todo, especialmente analisando o visual. As informações não-verbais muitas vezes são as únicas que temos a respeito de uma pessoa que está em nossa frente. Com esses julgamentos, cometemos muitos erros, sem dúvida. Mas, por outro lado, a máxima de que ‘as aparências enganam’ não é tão verdadeira assim, pois imprimimos muito da nossa personalidade na nossa aparência: se sou uma pessoa conservadora, provavelmente uso roupas também conservadoras; se sou ‘descolada’, é provável que escolha um corte de cabelo mais despojado… e assim por diante.

No mundo corporativo, esse prejulgamento pelas aparências é ainda mais explícito: dificilmente pessoas com visual mais despojado irão conseguir colocações em empresas conservadoras e vice-versa. Mas, independente de sermos mais arrojados ou mais conservadores, o fato é que precisamos cuidar da aparência para conquistar o respeito profissional.
Pense, por exemplo, no caso dos profissionais de Educação Física. O estereótipo do estudante romântico e de visual desalinhado muitas vezes se mantém para depois da formatura, acompanhando o profissional em sua vida no mercado de trabalho. Mas, sejamos sinceros, quem teria segurança de contratar como personal trainer um educador físico que não cuidasse de sua própria aparência, seus músculos, seu peso, suas roupas? Quem teria confiança de entregar a alguém os cuidados sobre seu corpo, se esse alguém não cuidar de si mesmo? Se não cuida de si, como vai cuidar de alguém?
É claro que ninguém em sã consciência exigiria de um profissional de Educação Física que engessasse seu visual e adotasse um vestuário que não tivesse a ver com seu estilo de vida. Isso seria um pecado imperdoável com qualquer pessoa, de qualquer profissão. A roupa deve se harmonizar com nossa personalidade, mas dentro de limites muito bem desenhados. Despojado sim, desalinhado não. Sua aparência é seu cartão de visitas.
Não é preciso andar na moda, mas evitar exageros nas excentricidades é desejável, para garantir a credibilidade profissional. Ou, voltando ao ditado romano do início dessa conversa: Não basta ser excelente, é preciso parecer excelente!

Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.