A Virada Cultural 2020 mal havia começado, na noite do sábado, 12, e nas redes sociais já pipocavam comentários de internautas lamentando a impossibilidade de o público formar as tradicionais aglomerações em torno de seus ídolos. É que, por causa da pandemia, o evento precisou se adaptar, apostando em apresentações online e em apenas poucas atrações presenciais. Muitos dos comentários, ao mesmo tempo, evidenciavam a compreensão sobre as atuais restrições sociais.

Havia também quem chamasse atenção para um recurso que virou uma alternativa em tempos de isolamento social: as apresentações itinerantes.

Desde a abertura do evento, por exemplo, moradores da região de Santa Cecília e da Vila Buarque puderam assistir, de suas janelas e sacadas, a passagem de um trio elétrico com apresentações musicais promovidas pelo Cabaret da Cecília, sobre o qual subiram cantores como Edy Star, Loulou Callas e Ivana Wonder, além de performers de teatro de marionetes.

Na manhã deste domingo, um palco itinerante com um piano partiu da Avenida Angélica até a Avenida Pacaembu, com 13 pianistas alternando-se na execução integral das 32 sonatas de Beethoven para o instrumento, durante dez horas e 12 minutos, em uma homenagem aos 250 anos de nascimento do compositor.

No mesmo formato, à tarde, uma apresentação do projeto Beatles para Crianças transformou um caminhão em um submarino amarelo, que vagueou com os músicos pelas avenidas Henrique Schauman e Brasil e pelo Parque do Ibirapuera.