SÃO PAULO, SP – O ex-cabo da Polícia Militar William de Paula, acusado de matar o menino João Roberto Amorim Soares, em julho de 2008, passará por um novo julgamento a partir desta quinta-feira (28), no Rio. Ele foi absolvido do crime de homicídio doloso no primeiro júri, mas o Ministério Público recorreu da decisão.
O garoto de três anos foi morto a tiros quando o carro de sua mãe, a advogada Alessandra Amorim Soares, foi confundido com o de criminosos. Alessandra voltava para casa com João Roberto e o filho mais novo, Vinícius, então com 9 meses de idade, quando policiais fizeram 17 disparos contra o veículo.
No primeiro julgamento, o PM foi condenado apenas pela lesão corporal contra a mãe e o irmão de João Roberto a uma pena de sete meses em regime aberto, sendo que ela foi convertida para prestação de serviços comunitários por um ano. Ele, porém, foi absolvido, por quatro votos a três, da acusação de homicídio doloso contra o menino.
O Ministério Público recorreu alegando que a decisão dos jurados contrariou a prova pericial, que apontou o erro dos policiais ao confundirem os veículos. Os desembargadores da 7ª Câmara Criminal consideraram procedente a alegação da Promotoria e anularam a sentença.
O policial estava com o ex-soldado da PM Elias Gonçalves da Costa em uma perseguição a bandidos quando confundiu os carros. Elias também foi absolvido pelo Tribunal do Júri, após ter declarado que só deu um tiro para o alto e que o colega é quem teria atirado no carro. Após o crime, os dois foram expulsos pela Polícia Militar.