Horas depois de o diretor Hassan Al Thawadi anunciar em entrevista que 500 trabalhadores morreram durante a fase de preparação e construção das instalações esportivas para a Copa do Catar, o Comitê Organizador do evento se manifestou publicamente para negar a informação do dirigente. No comunicado, o número de óbitos no período é de apenas 40 pessoas. Essas informações desencontradas aumentam a pressão sobre a Fifa e também o país anfitrião do Mundial.
Antes e durante a competição, o governo do Catar vem sendo algo de protestos e manifestações no que diz respeito à violação dos direitos humanos e também de intolerância à diversidade.
O anúncio especifica ainda que três dessas mortes estão relacionadas a incidentes de trabalho. Os outros 37 casos não estão associados aos serviços prestados nos projetos do Comitê Supremo de Entrega e Legado. De acordo com o Comitê Organizador da Copa, estes dados são documentados anualmente no relatório público do órgão e abrange os oito estádios, as 17 instalações não competitivas e ainda outros locais relacionados.
Segundo o comunicado oficial, o número citado pelo dirigente se referem às estatísticas nacionais que cobrem o período de 2014 a 2020 e engloba todas as mortes ligadas ao trabalho (414), cobrindo todo o território do Catar e abrange todos os setores e também nacionalidades.
O jornal britânico The Guardian revelou uma investigação em fevereiro do ano passado que o número de mortos teria atingido pelo menos 6.500 estrangeiros. Até o início dos jogos, o Catar só havia reconhecido 40 mortes nas construções dos estádios, número bem inferior ao divulgado oficialmente.