A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio PR), segue em queda no Paraná. Em maio, o indicador marca 105,9 pontos, o menor em cinco anos. Em relação maio de 2014, a propensão em consumir caiu 22,87%.

Apesar das consecutivas reduções desde novembro do ano passado, o indicador paranaense está acima da média nacional, que registrou 96,4 pontos em maio e entrou pela primeira vez, desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 2010, na zona negativa, abaixo de 100 pontos.

Entre as famílias com rendimento de até dez salários mínimos mensais o indicador foi de 105,3 pontos, mas era 108,4 em abril e 136,6 em maio de 2014. Entre as famílias com renda superior, a intenção de consumo também está mais baixa do que em abril, ao cair de 115,9 pontos para 109,1 em maio. Neste mesmo mês do ano passado, o indicador era 141 pontos.

Dos sete quesitos ligados a consumo (Situação do emprego, Perspectiva profissional, Situação da renda, Acesso a crédito ou empréstimo, Consumo atual, Perspectiva de consumo e Momento para consumo de bens duráveis), três estão na zona negativa.

Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, as quedas na intenção de consumo e na capacidade de endividamento dos consumidores resultam de um clima generalizado de desconfiança na situação político-econômica do país. As expectativas para a economia em 2015 não são nada animadoras. A previsão para a inflação, sempre revisada para cima, ultrapassa os 8%, os juros em constante elevação, a projeção de retração do PIB e o recuo nos investimentos, tanto por parte do governo quanto das empresas, compõem um cenário desfavorável para o comércio e para os demais setores produtivos, avalia.

Emprego

Com 132,5 pontos, a Situação no emprego atual é definida como mais segura para 45,6% dos paranaenses.

No entanto, ainda que 40,4% esperem por alguma melhoria salarial nos próximos seis meses, o indicador está na zona negativa (abaixo de 100 pontos), ao marcar 93,1 pontos. A Perspectiva profissional é mais baixa entre os consumidores com renda até dez salários mínimos, com 91,7 pontos, ante os 100 pontos registrados entre aqueles que ganham acima desse patamar.

 

Situação de Renda

A Situação da renda familiar é considerada melhor em comparação ao mesmo período do ano passado para 75,2% dos entrevistados de maneira geral (168,4 pontos). E aparenta ser um pouco mais favorável para as classes A e B, com 78,8%, ante 74,4% entre as classes C, D e E.

 

Acesso a crédito ou empréstimo

Para 44,3% das famílias está mais fácil conseguir crédito ou empréstimo, enquanto 32,5% encontram maior dificuldade do que no mesmo período do ano passado.

 

Consumo

O Nível de consumo atual, outro quesito que compõem a ICF, também está na zona negativa, com 82,4 pontos. Para 45,6% dos entrevistados pela pesquisa, a família está comprando menos do que no ano passado, enquanto 28% afirmam estar comprando mais e 26,5% estão gastando da mesma forma. As classes C, D e E possuem o menor nível de consumo, com 80,7 pontos, ante os 90,3 pontos das famílias com rendimentos superiores.

Já a Perspectiva de consumo está bem abaixo da média 100, ao marcar 53 pontos. De modo geral, 68,6% dos consumidores acreditam que o consumo de sua família e da população tende a ser menor do que no segundo semestre do ano passado e apenas 21,6% esperam aumento nos gastos. Neste quesito, há pouca diferença de opinião entre as classes econômicas, sendo 53,3 pontos entre as famílias com renda até dez salários mínimos e 51,5% entre aquelas que recebem mais de dez salários.

 

Momento para Consumo de Bens duráveis

Para 45,8% das famílias este ainda é um bom momento para a aquisição de bens duráveis, como eletrodomésticos, TVs, som, etc. Em abril do ano passado esse percentual era 73,4%. As classes A e B estão menos propensas a adquirir este tipo de produto, com 97 pontos, ante 100,9 pontos entre as classes C, D e E.