MARCELO TOLEDO
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – A Mococa, uma das mais tradicionais produtoras de laticínios no interior de São Paulo, fechou a fábrica de leite UHT em Cerqueira César (SP).
O fechamento ocorreu na semana passada e, com isso, foram deixados de produzir cerca de 500 mil litros de leite longa vida por dia. Foram demitidos 157 funcionários, segundo a empresa.
A produtores a empresa disse ter tomado uma decisão estratégica e que a unidade será vendida. A produção de leite em Mococa (SP), berço da empresa, continuará sem nenhuma alteração. A intenção é investir em uma nova unidade em Alagoas.
“Foi uma decisão de negócio, estratégica, de mudança de segmento. Entendemos que o leite UHT hoje não estaria dentro de uma visão de futuro da empresa. Não que o negócio não seja bom, é bom, mas para a empresa seria melhor migrar para outros produtos do segmento lácteo”, afirmou o diretor de administração e finanças da Mococa, Max Schaefer.
A unidade de Cerqueira César produzia apenas leite longa vida. Em Mococa, são fabricados outros produtos. Em Alagoas, a operação deve começar nos próximos meses, produzindo achocolatados.
“Faremos uma operação terceirizada, caminho que empresas como Danone e Piracanjuba adotaram.”
O encerramento das atividades da fábrica surpreendeu a prefeitura local, de acordo com José Airton Cardoso, secretário de Governo de Cerqueira César.
“Não fomos procurados em momento algum. Simplesmente fecharam e ficamos sabendo por meio das redes sociais. Não pediram incentivo, não vieram atrás de nada.”
A interrupção da fábrica ocorre num momento em que o leite está desvalorizada.
Dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que o preço médio do litro, que em janeiro de 2017 foi de R$ 1,2321, atingiu R$ 1,0709 no mês passado, ou 13,08% menos.
A EMPRESA
A Mococa foi fundada em 1919 levando o nome de sua cidade de origem, com a produção de manteiga artesanal. Onze anos depois, a produção atingiu escala industrial.
Em 1950, fundou a fábrica em Mococa, que opera no mesmo endereço até hoje. Em 2003, a empresa foi comprada pelo grupo goiano Kremon.