Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel defendeu nesta quarta-feira, 17, que os modelos de projeções de inflação devem ser apenas mais um fator considerado na análise da política monetária, não o único ou principal. Em discurso durante conferência do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Washington D.C, Schnabel explicou que, embora facilitem a comunicação, essas previsões podem criar uma sensação falsa de precisão. “Por mais que melhoremos os nossos modelos, as projeções estarão sempre rodeadas de um grau significativo de incerteza”, disse.

A dirigente afirmou também que choques de oferta tendem a dificultar a elaboração de estimativas. Segundo ela, a política monetária atua primariamente pelo lado da demanda.

De qualquer forma, a dirigente lembrou que as expectativas de inflação permaneceram ancoradas em cerca de 2% em economias desenvolvidas, o que confirma a contínua confiança em bancos centrais, no entendimento dela. “O aumento pós-pandemia da inflação validou, em vez de refutar, o sistema de metas de inflação”, disse.

Schnabel comentou ainda que, nos últimos meses, os mercados reprecificaram várias vezes as expectativas para a trajetória futura dos juros. Na visão dele, esses movimentos mostram que investidores esperam que os BCs sigam focados na trajetória inflacionária.