As centrais sindicais brasileiras vão retormar as manifestações contra as reformas trabalhista e da Previdência na semana de 15 a 19 de maio, com uma ocupação maciça de Brasília. A decisão foi tomada ontem, em encontro das sindicais em São Paulo. Por enquanto, uma nova paralisação nacional não foi marcada, mas atos isolados devem acontecer nos estados.

Os dirigentes de todas as centrais sindicais do Brasil decidiram fazer um trabalho nos gabinetes dos deputados federais entre os dias 8 e 12 de maio para alertá-los sobre os prejuízos que as reformas do governo federal (Previdência e Trabalhista) representam para a classe trabalhadora.
E, entre os dias 15 e 19 de maio, serão realizadas diversas atividades com trabalhadores de todo o Brasil, uma marcha de rurais e uma ocupação total de Brasília.
As centrais estão na linha de frente das manifestações desde que o governo anunciou as reformas. Desde então já foram realizadas duas paralisações nacionais de 24 horas — em março e em abril — para forçar o governo a renogociar as reformas. Na mobilização da semana passada as centrais divulgaram a participação de cerca de 40 milhões de trabalhadores nos protestos.
A reforma trabalhista já passou pela Câmara dos Deputados e tramita no Senado. A reforma da Previdência ainda esbarra nas comissões da Câmara. O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que o atraso no cronograma de apreciação da reforma da Previdência em virtude da invasão de manifestantes na comissão especial na noite de quarta-feira será o tempo necessário para tirar dúvidas e convencer a base aliada da aprovação do texto.
Ribeiro acredita que os deputados estão convictos da necessidade da reforma, mas que eles ainda têm dúvidas pontuais. Devido à invasão de agentes penitenciários, a sessão de apreciação dos destaques ao texto-base ficou para terça-feira da semana que vem. Ainda não há data para a primeira votação da medida em plenário.