O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) declarou que, quanto mais liberdade der ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para escolher a nova composição do governo, “melhor”. “Não cabe a nós nos insinuarmos, nos colocarmos”, declarou Haddad, em meio a especulações de que irá ocupar a Fazenda no governo petista.

De acordo com o ex-ministro, sua presença no almoço anual de Dirigentes de Bancos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi representando o presidente eleito, não a equipe de transição.

“Não falei da transição, estou falando de governo todo”, disse, citando que Lula discutiu com negociadores do congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição em uma reunião virtual nesta sexta-feira, 25.

O ex-prefeito de São Paulo analisa que “obviamente está todo mundo preocupado” com a PEC, mas que o “diálogo é que vai culminar com definição clara”.

Haddad destacou que Lula quer manter contato permanente com setor empresarial.

Ele avalia que, “segundo economistas liberais, houve deterioração da qualidade do gasto” no governo de Jair Bolsonaro. O ex-ministro afirma, então, que a questão será endereçado pelo Congresso e discutida “de modo democrático”. “Será com Congresso, não é por decreto que se faz isso”, disse.

O ex-ministro repetiu que, atualmente, há um problema de “focalização” no Auxílio Brasil criado neste ano, e que tal problema, segundo ele, terá que ser administrado no próximo governo. “Podemos eliminar uma série de problemas com melhor gestão do programa”, disse.

Sobre a gestão Bolsonaro, Haddad afirmou que “houve algo inédito” de “desorganização das contas no meio do processo eleitoral”.