SOFIA FERNANDES BRASÍLIA, DF – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou nesta terça-feira (2) que o aumento na produção industrial em julho é uma indicação de que a atividade econômica no segundo semestre vai se recuperar. O ministro voltou a negar o quadro de recessão da economia no primeiro semestre. “A economia não está parada e não está em recessão. Teve problemas passageiros no primeiro semestre, e no segundo semestre vamos em direção a uma gradual melhoria”, disse o ministro. Após cinco meses de queda, a produção industrial cresceu 0,7% em julho, conforme informou o IBGE nesta terça. ALENTO O desempenho positivo da atividade industrial em julho veio como um alento ao governo da presidente Dilma, cuja política econômica tem sido alvo constante dos seus adversários na disputa ao Planalto. Mantega fez também um aceno aos empresários, citando o dado de que o lucro das 271 maiores empresas com capital aberto no Brasil aumentou 56% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2013. A receita líquida dessas empresas cresceu 11,9%, afirmou o ministro. BENS DURÁVEIS A leve retomada em julho decorreu especialmente diante de forte desempenho dos chamados bens duráveis, com alta de 20,3%, impulsionada pelo aumento da produção de veículos -após meses de fraco dinamismo, demissões e férias coletivas em montadoras. Foi a maior alta desde janeiro de 2009, quando havia sido de 26,1%. Segundo a Anfavea (associação das montadoras), a indústria automotiva se recuperou em relação ao mês de junho, produzindo 17% de veículos a mais do que em relação ao mês, mas não o suficiente para reverter o quadro do ano. Na comparação com julho de 2013, a Anfavea aponta queda de 20,5%, somando 252,6 mil automóveis, o pior resultado para o mês desde 2006. Também ajudou a retomada da produção de bens de capital (máquinas e equipamentos na produção de bens, na infraestrutura e na oferta de serviços, como transporte). A categoria apresentou alta de 16,7%, o melhor resultado desde janeiro deste ano.