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Empreendimento da Andrade Riberiro (Foto: Lucyus Ribas/ Divulgação/Construtora Andrade Ribeiro)

A área de construção no Paraná segue com empregabilidade em alta pelo quarto ano seguido. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, em 2023 o Paraná teve saldo de 8.568 novas vagas ocupadas. O saldo é calculado pela diferença entre admissões e demissões, o que mostra que houve mais contratações do que dispensas no setor no ano passado.

Com o resultado, o estado também aparece na primeira colocação entre as unidades federativas do Sul do país na criação de empregos no setor, segundo o Caged. Santa Catarina, em 2023, teve saldo de 6.002 contratações, enquanto no Rio Grande do Sul a situação é o inverso: foram 1.602 demissões a mais do que admissões.

No acumulado dos quatro últimos anos (entre 2020 e 2023), o Paraná também está à frente dos demais estados da região: foram 36.793 novos postos criados a mais, enquanto em Santa Catarina o saldo chegou a 30.254 e o Rio Grande do Sul fechou o acumulado com 9.775 contratações a mais do que as dispensas de trabalhadores. Neste início de 2024, as empresas paranaenses que trabalham com construção continuam com o cenário aquecido. Janeiro e fevereiro também fecharam com número maior de admissões. Na soma dos dois primeiros meses do ano, o número chegou a 6.012 postos de trabalho criados.

Oportunidade

O auxiliar de almoxarifado Deyvydy Cleyton da Silva, de Curitiba, é um exemplo de contratação recente no setor. Ele começou a trabalhar no dia 26 de fevereiro de 2024 em uma obra da Construtora Andrade Ribeiro. O jovem de 19 anos já teve passagem pela construção civil antes do trabalho que exerce atualmente.

Nas ocasiões anteriores, ele trabalhava como servente de obras. Agora, ele tem adquirido outros conhecimentos. “Faço o controle da entrada do pessoal na obra, quando eles chegam, saem e na hora do almoço. Ajudo também no almoxarifado, disponibilizando as ferramentas e os materiais que os outros funcionários precisam, além de trabalhar no controle do material que é pedido para a construtora e que a obra precisa”, explica.

Deyvydy tem gostado da nova função, em especial do aprendizado que conquista a cada dia. “Antes de entrar na área eu tinha feito um curso de computação. Agora eu mexo com planilhas, com pedidos. É bom colocar em prática o que eu tenho aprendido”, diz. No futuro, inclusive, o jovem pretende ampliar seus conhecimentos na área de informática com novos cursos.

Razões para o bom momento

Segundo o engenheiro civil Maurício Wildner da Cunha, da Construtora Andrade Ribeiro, os números positivos que o Paraná apresenta na construção civil podem ser atribuídos a vários fatores. “Entre eles estão o aumento dos investimentos em infraestrutura, programas habitacionais como Minha Casa Minha Vida, e o crescimento econômico da região, que impulsiona a demanda por novos empreendimentos residenciais e comerciais”, afirma. O especialista cita as cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa como polos do desenvolvimento da construção civil no estado, devido ao desenvolvimento urbano e demanda por novos projetos imobiliários e de infraestrutura.

Para quem pensa em aproveitar o crescimento da área e ingressar em alguma empresa, o engenheiro aponta que algumas áreas de trabalho possuem demanda, mas há dificuldade de encontrar profissionais, devido a exigência de qualificação. Entre elas estão vagas para eletricistas especializados, soldadores e operadores de máquinas pesadas. “Os candidatos podem aproveitar esse bom momento para entrar no setor por meio de programas de capacitação e formação profissional”, explica.

As próprias empresas, com foco no bom desempenho de seus funcionários e eficácia no andamento das obras, incluem os trabalhadores em cursos de capacitação. No caso da Construtora Andrade Ribeiro, por exemplo, segundo o engenheiro, são feitos cursos e treinamentos para os funcionários logo que entram na empresa. Esses cursos podem incluir temas como segurança no trabalho, técnicas de construção, uso de novas tecnologias e procedimentos internos da empresa.

Para o decorrer de 2024, Cunha acredita que o setor pode manter os números positivos. “É possível que possamos manter um bom desempenho na construção civil, especialmente com a queda na Taxa Selic e a inflação mais baixa, que podem estimular ainda mais os investimentos e o financiamento de projetos imobiliários. No entanto, é importante considerar outros fatores econômicos e políticos que podem influenciar o cenário”, avalia.