
A banana como sinônimo de preço baixo e economia já não cabe mais. Ao menos não em Curitiba, onde já foi vista vendida a R$ 2,67 a unidade. Em setembro, o preço do fruto disparou e fechou com alta 12,60%, patamar bem à frente do segundo item que mais subiu, a farinha de trigo com 4,21%. Com isso, o fruto foi o vilão do custo da cesta básica em Curitiba, que fechou em R$ 755, 56 – sétima capital onde a cesta básica e mais cara.
À frente ficaram São Paulo (R$ 842,26), Porto Alegre (R$ 811,44), Florianópolis (R$ 811,07) Rio de Janeiro (R$ 799,22), Cuiabá (R$ 794,03) e Campo Grande (R$ 780,67).
No mês, o custo dos alimento teve oscilação foi de 0,38%, contrariando a tendência nacional de recuo de preços apontada em 22 das 27 capitais acompanhadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Na comparação com setembro de 2024, a cesta de Curitiba acumula elevação de 8,18%. Na variação acumulada ao longo do ano, houve alta de 1,84%.
Vai e vem dos preços os itens da cesta básica de Curitiba
Entre agosto de 2025 e setembro de 2025, oito dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento nos preços médios: banana (12,60%), farinha de trigo (4,21%), óleo de soja (3,28%), carne bovina de primeira (1,31%), pão francês (0,84%), leite integral (0,33%), café em pó (0,28%) e manteiga (0,07%).
Os outros cinco produtos apresentaram elevação nos valores: batata (-9,92%), tomate (-9,59%), feijão preto (-4,23%), arroz parboilizado (-1,09%) e açúcar refinado (-0,89%).
No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em sete dos 13 produtos: café em pó (66,93%), tomate (33,90%), óleo de soja (26,32%), carne bovina de primeira (22,43%), pão francês (4,82%), farinha de trigo (4,21%) e açúcar refinado (0,23%).
Apresentaram diminuição de valores: batata (-48,86%), feijão preto (-36,67%), arroz parboilizado (-28,35%), leite integral (-3,33%), banana (-1,61%), e manteiga (-0,12%).
No acumulado do ano, ou seja, entre dezembro de 2024 e setembro de 2025, cinco produtos registraram alta: café em pó (47,39%), tomate (47,29%), farinha de trigo (4,70%), pão francês (3,23%) e carne bovina de primeira (2,98%).
Os seguintes produtos apresentaram queda de preço: feijão preto (-38,65%), batata (-31,43%), arroz
parboilizado (-22,88%), manteiga (-5,47%), óleo de soja (-3,39%), leite integral (-2,09%), banana (-0,92%) e açúcar refinado (-0,22%).
Em setembro de 2025, o trabalhador de Curitiba, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00, precisou trabalhar 109 horas e 30 minutos para adquirir a cesta básica. Em agosto de 2025, o tempo de trabalho necessário havia sido de 109 horas e 05 minutos. Em setembro de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, o tempo de trabalho necessário era de 108 horas e 49 minutos.
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em setembro de 2025, 53,81% da renda para adquirir a cesta. Em agosto de 2025 esse percentual correspondeu a 53,61% da renda líquida e, em setembro de 2024, a 53,48%.
Cesta Nacional
O custo da cesta básica de alimentos diminuiu em 22 das 27 capitais brasileiras no mês de setembro. O dado é da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As reduções mais expressivas ocorreram em Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%). Entre as capitais que registraram alta, a maior foi em Campo Grande (1,55%).
“A redução do custo da cesta básica em boa parte das capitais é um sinal importante de que as políticas públicas do governo federal de abastecimento e apoio à produção de alimentos estão funcionando. A Conab, em parceria com o Dieese, trabalha para garantir transparência nos preços e contribuir com ações que assegurem comida de qualidade e a preços justos na mesa das famílias brasileiras”, afirma o presidente da Companhia, Edegar Pretto.
No mês de setembro os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 552,65), Maceió (R$ 593,17), Salvador (R$ 601,74), Natal (R$ 610,27) e João Pessoa (R$ 610,93), cidades do Norte e Nordeste que têm composição diferente da cesta. O maior custo ficou em São Paulo (R$ 842,26).
Principais variações entre agosto e setembro
O tomate teve queda em 26 capitais, com variações de -47,61% em Palmas a -3,32% em Campo Grande. O aumento da oferta, resultado da colheita da safra nacional, ajudou a reduzir os preços no varejo. Apenas Macapá registrou alta (4,41%).
No caso da batata, informação coletada nas 11 cidades do Centro-Sul, em dez delas o produto ficou mais barato, com reduções do valor médio entre -21,06% em Brasília e -3,54% em Porto Alegre. A queda se deve à maior oferta, com o avanço da colheita da safra de inverno. Só Belo Horizonte apresentou elevação (3,07%).
O arroz agulhinha também ficou mais barato, em 25 das 27 cidades, com destaque para Natal (-6,45%), Brasília (-5,33%) e João Pessoa (-5,05%). Mesmo com as exportações aquecidas, o recorde de produção da safra 2024/25 manteve o excedente interno elevado, reduzindo as cotações. A única alta ocorreu em Vitória (1,29%), e o preço se manteve estável em Palmas.
O açúcar caiu em 22 capitais, com variações de -17,01% em Belém a -0,26% em São Luís. A maior produção nas usinas paulistas e a queda dos preços externos, provocada pela projeção de maior oferta na Ásia, reduziram as cotações internas. Apenas em Goiânia (0,51%) e João Pessoa (0,49%) o preço médio subiu.
Já na carne bovina de primeira, as quedas mais acentuadas ocorreram em Macapá (-2,41%), Natal (-1,13%) e São Luís (-1,03%). A estiagem limitou a oferta, enquanto a baixa demanda impediu altas mais generalizadas. O produto subiu em 16 capitais e caiu em 11. A maior alta foi registrada em Vitória (4,57%).
O café em pó caiu em 14 capitais. As maiores reduções ocorreram no Rio de Janeiro (-2,92%) e em Natal (-2,48%). Apesar da valorização internacional do grão, os preços elevados nos supermercados inibiram a demanda, reduzindo as cotações médias em algumas capitais. As maiores altas foram em São Luís (5,10%) e em Campo Grande (4,32%).
No 3º trimestre do ano, 25 das 27 capitais apresentaram queda nos preços
Com base na pesquisa realizada em parceria pelas duas instituições e divulgada desde agosto de 2025, em 25 das 27 cidades em que é feito o levantamento foi observado redução no custo do conjunto de produtos no 3º trimestre deste ano. A pesquisa apresenta dados do preço da cesta básica de alimentos de todas as capitais das unidades federativas do país.
A capital que apresentou maior queda no acumulado foi Fortaleza/CE, com -8,96% de decréscimo, com a cesta passando de R$ 738,09 em julho para R$ 677,42 em setembro, ou seja, R$ 60,67 menor na comparação do período. Completam o pódio São Luís/MA (-6,51%), Recife/PE (-6,41%) e João Pessoa/PB (-6,07%). Nos últimos três meses analisados, as duas únicas capitais que apresentaram alta foram Macapá/AP (+0,94%) e Campo Grande/MS (+0,63%).
Parceria Conab e DIEESE
A coleta de preços de alimentos básicos foi ampliada de 17 para 27 capitais brasileiras, resultado da parceria entre a Conab e o Dieese. A iniciativa reforça a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e a Política Nacional de Abastecimento Alimentar. Os primeiros resultados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos com todas as capitais começaram a ser divulgados em agosto de 2025.
Para acessar informações detalhadas sobre os valores dos produtos que compõem a cesta básica nas 27 capitais, consulte a Análise Mensal da Pesquisa Nacional de Preços da Cesta Básica de Alimentos referente a setembro de 2025.