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Pensamento matemático através do desenho. Foto: Escola Parlenda / Divulgação

Perceber quantos dias faltam para um aniversário ou reparar como funcionam os meses do ano, essas são algumas tarefas básicas do dia a dia das crianças na primeira infância. Vivências como essas fazem com que as crianças comecem a pensar – desde muito cedo – em pesquisar, elaborar hipóteses e até formular explicações para situações cotidianas. E os adultos podem ajudar neste processo.

Só que antes é importante contextualizar: afinal, o que é o pensamento matemático? A resposta vai muito além dos números! Fazer matemática não é um exercício apenas da escola primária, é possível afirmar que nas experiências de vida das crianças há todos os elementos capazes de desencadear a ação do pensamento matemático.

Atos cotidianos como chegar na escola e perceber quais crianças estão presentes e quais estão ausentes, reparar como cada dia está passando e até perceber se a chuva vai aparecer. Esses exercícios podem ser incentivados por adultos e ajudam as crianças na construção do pensamento lógico em situações cotidianas.

O processo de pensar na matemática é inicialmente informal e começa já nos primeiros anos de vida. Dito isso, o aprendizado das crianças é sempre influenciado pelo ambiente familiar e social. Com o tempo, esse pensamento matemático se torna mais sistemático à medida que a experiência escolar avança. 

Como as crianças pequenas pensam a matemática?
Pensamento matemático através do desenho. Foto: Escola Parlenda / Divulgação

A palavra mais importante é essa: experiência! As oportunidades de matematizar a realidade estão presentes em todos os momentos do dia e o aprendizado é praticamente infinito. Quando as crianças pensam em matemática elas avançam em inventividade, autonomia e criatividade.

Mediação dos adultos

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Adultos ajudam a mediar vivências. Foto: Escola Parlenda / Divulgação

De acordo com a atelierista da Escola Parlenda Silvia Pandini, o exercício do pensamento matemático passa também pela mediação dos adultos. Afinal, eles lançam situações-problemas e convocam as crianças na resolução desses conflitos. Com isso, a própria vida é objeto de pesquisa durante a primeira infância.

“Há diversas situações-problemas que podem ser acionadas dentro da escola. Por exemplo, se deslocar nos espaços da escola, produzir desenhos e mapas que retratem os  ambientes externos e os percursos que fazem.”

Na visão de Silvia, a presença dos adultos é o principal elemento para esse aprendizado das crianças. No caso da primeira infância, a possibilidade delas formularem hipóteses e explicações para situações do cotidiano é ainda maior.

“Elas imaginam novas formas de resolver o problema em situações muito simples como se vestir sozinho, perceber se a roupa está virada para frente ou atrás, dobrar a própria coberta onde dormiu. Isso envolve o pensamento matemático, dá autonomia e criatividade”.

Pesquisas na natureza

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Há conexões entre vivências na natureza e pensamento matemático. Foto: Escola Parlenda / Divulgação

A pesquisa matemática das crianças durante as vivências diárias pode acontecer das mais diversas formas, até no meio da natureza. “Há grande conexão entre a natureza e os momentos de pesquisa matemática. Elas reparam em forma, textura, simetria que estão presentes em insetos e plantas”, diz Silvia.

A especialista destaca que enquanto as crianças desenham e pesquisam sobre a natureza, elas também são incitadas a pensar matematicamente. Outro aspecto citado por ela é que a resolução de situações-problemas não precisam necessariamente ter respostas escritas.

“Usualmente quando a gente pensa em matemática nós pensamos em como ajudar as crianças a usar os números. Mas quando as crianças são bem pequenas elas também resolvem problemas de outras maneiras. Então, por exemplo, contar quantas peças tenho para construir algo, observar a simetria em uma construção com blocos, investigar a verticalidade e o equilíbrio. Esses são problemas matemáticos com os quais elas se deparam cotidianamente”.

Seminário Internacional debate pensamento matemático

No dia 16 de março, a Escola Parlenda vai sediar o seu V Seminário Internacional. O evento reúne pedagogos da Itália, da Parlenda e pesquisadores de outras universidades brasileiras para discutir como as crianças constroem o pensamento matemático e suas nuances.

Entre os palestrantes estão Roberta Prandi, pedagoga formada pela Universidade de Parma e responsável pelo Método Learning By Languages na escola, o pedagogo pela Universidade de Modena, na Itália, Andrea Pagano e  a Doutora em educação pela USP, Ana Ruth Starepravo também estão escalados para o seminário. Além deles, as coordenadoras pedagógicas da Escola Parlenda, Ana Julia Lucht e Ana Paula Pamplona, vão trazer ao evento discussões sobre as  práticas educativas em torno do pensamento lógico-matemático na escola.

SERVIÇO

V Seminário Internacional: como as crianças pensam matematicamente?

LOCAL: Escola Parlenda (Rua João Batista Dallarmi, 817, Santo Inácio, Curitiba)
HORÁRIO: Das 9h às 12 h e das 14h às 17h.
VALOR: R$ 550,00
Evento com certificado de participação

LINK PARA INSCRIÇÃO: https://cutt.ly/kwMBGlQm

SOBRE A ESCOLA PARLENDA

A Escola Parlenda atende cerca de 200 famílias com crianças entre 0 e 6 anos de idade. Fundada em 2014, a escola tem como referências pedagógicas as abordagens de Reggio Emilia (Itália) e de Pikler-Lóczy (Hungria), com foco em uma prática educativa voltada para a multiplicidade de oportunidades e vivências com as linguagens da cultura e o exercício da autonomia pelas crianças.

A proposta pedagógica estrutura-se nos eixos Interações, Brincadeira, Arte e Natureza, valorizando a capacidade expressiva das crianças, que constroem competências e conhecimentos por meio de projetos que confrontam saberes cotidianos, referentes culturais e o pensamento científico. A participação, o protagonismo, a subjetividade, a estética e o pensamento divergente são valores que guiam as práticas educativas .

Em 2023, a Escola Parlenda recebeu uma importante creditação internacional do Método Learning by Languages, se tornando a primeira do Brasil a conquistar o selo da metodologia adotada com base na experiência pedagógica de Reggio Emilia e desta forma, é a única instituição de educação infantil reconhecidamente capaz de formar outros pedagogos de acordo com esse método. 

Neste ano, a Escola Parlenda completa 10 anos e uma série de percursos formativos estão sendo organizados. O objetivo está em partilhar com a comunidade educativa as nossas interlocuções com a Itália e com as abordagens participativas.