Às vésperas de iniciar a sua participação na Copa do Mundo do Catar, a Suíça usou um discurso confiante nesta quarta-feira, no centro de imprensa, para falar da preparação e também de suas ambições. Um dos líderes do time, o meia Xhaka disse que a seleção estreia no torneio disposta a surpreender. “Estamos prontos para fazer história.”
Na mesma chave de Brasil e Sérvia, a Suíça encara a seleção de Camarões nesta quinta-feira abrindo a participação do Grupo G no Mundial. “Estamos bem preparados e tivemos tempo suficiente para ajustar a equipe. Porém, é mais fácil falar, do que fazer. Temos que estar preparados desde o início da partida para tentar impor o nosso ritmo”, disse ele.
Em uma chave onde o Brasil surge como franco favorito, Xhaka pede foco em todos os jogos da fase de grupos. “Não podemos subestimar ninguém”, comentou o jogador que defende o Arsenal, da Inglaterra.
Em sua quinta participação consecutiva em Copas do Mundo, a Suíça chega com uma geração especial. Ao lado de Shaqiri, Yan Sommer e Seferovic, Xhaka espera fazer da sua seleção, uma das protagonistas. No entanto, evitou colocar a safra atual em uma prateleira mais alta no cenário de seu país.
“Eu não diria que esta é a melhor seleção nacional de todos os tempos. Não quero negar nada aos nossos antecessores. É uma equipe mais jovem. Estamos prontos. Queremos começar bem e, com sorte, conseguir os três pontos”, afirmou.
A polêmica sobre a braçadeira “One love” entrou no radar de perguntas. Ao ser questionado sobre a possibilidade de o elenco fazer algum protesto, Xhaka foi evasivo. “Não acho que nós, como a Suíça, temos que fazer algo. Queremos focar no futebol. Essa é a prioridade.”
O caso, porém, rendeu uma conversa entre comissão técnica e jogadores para deixar tudo definido. “Discutimos isso com o elenco. Estamos tristes por não termos permissão de usar a braçadeira. Os jogadores foram expostos a sanções. Mas isso não muda o fato de que nosso capitão defende valores como a solidariedade”, disse Adrian Arnold, assessor de imprensa da seleção suíça.
No jogo em que a Alemanha acabou derrotada pelo Japão, um protesto foi feito sobre a proibição de usar as braçadeiras. No momento de tirar a foto tradicional os atletas alemães levaram uma das mãos à boca em um gesto que simbolizou a censura que eles entendem ter sido imposta pela Fifa. O ato aconteceu na decisão da entidade em punir esportivamente, com cartão amarelo, jogadores que usarem a braçadeira na Copa.
A “One love” é um símbolo de apoio à diversidade e também um protesto contra a violação dos direitos humanos. O governo do Catar vem sofrendo duras críticas pelo tratamento dado a imigrantes que trabalharam na construção das praças esportivas e também pela intolerância ao público LGBT+.