SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Salah Abdeslam, 26, suspeito de ser um dos principais organizadores dos ataques de novembro a Paris e preso na semana passada pela polícia belga, não vai se opor à extradição para a França, afirmou seu advogado nesta quinta-feira (24).

Abdeslam “quer ir para a França o mais rápido possível”, disse Sven Mary, advogado de Salah. O advogado informou, no entanto, ter solicitado o prazo de um mês para que analisasse o processo antes de qualquer transferência. Segundo informou a procuradoria federal da Bélgica, Abdeslam e dois cúmplices compareceram a um tribunal belga nesta quinta, pouco menos de uma semana depois de o francês ter sido preso em Bruxelas. A área do tribunal esteve sob forte segurança, assim como outras partes da capital belga.

A França quer a a extradição de Abdeslam, um francês que cresceu no bairro de imigrantes Molenbeek e pode enfrentar acusação de envolvimento com os atentados terroristas que deixaram 130 mortos em Paris, em novembro. Autoridades acreditam que Abdeslam participou da logística dos ataques, alugando um carro utilizado para levar terroristas à casa de shows Bataclan, onde 89 morreram.

Seu irmão, Brahim Abdeslam, se explodiu em um ataque suicida em frente ao café Comptoir Voltaire. Evidências apontam, cada vez mais, para o vínculo entre os ataques de Paris e o de Bruxelas, que matou pelo menos 31 pessoas nesta terça-feira (22). Khalid el-Bakraoui, que se explodiu em uma estação de metrô de Bruxelas, teria alugado o apartamento em que a polícia belga matou Mohammed Belkaid, um cúmplice de Salah Abdeslam.

A caçada a Abdeslam foi intensa desde novembro. O suspeito, no entanto, conseguiu despistar as autoridades mais de uma vez. Acabou detido com um tiro na perna.