SÃO PAULO, SP – A Procuradoria da Ucrânia informou nesta terça-feira (30) que abriu uma investigação criminal contra um órgão de segurança da Rússia, acusando-o de apoiar separatistas e grupos terroristas no leste do país.
A medida parece ser uma resposta em retaliação a um processo criminal lançado na segunda-feira (29) pela Rússia contra “representantes não identificados da liderança política e militar da Ucrânia”, da Guarda Nacional e organizações nacionalistas ucranianas, os quais foram acusados de cometer “genocídio”.
As duas investigações judiciais aumentam as tensões entre os dois ex-países soviéticos vizinhos.
Em um comunicado, o escritório do procurador-geral da Ucrânia disse que abriu uma investigação criminal contra os responsáveis -do Comitê de Investigação da Federação Russa, uma corporação policial que responde somente ao presidente Vladimir Putin.
A declaração acusa as autoridades russas de “de interferência ilegal” no trabalho dos organismos de aplicação da lei da Ucrânia e das forças armadas.
“(Essa interferência) destina-se a ajudar as organizações terroristas ‘República Popular de Donetsk’ e ‘República Popular de Lugansk’ nas suas atividades criminosas, obstruindo o desempenho de funções por parte de funcionários do governo”, disse.
Os separatistas criaram os Estados de Lugansk e Donetsk no leste, declarando independência da Ucrânia. Desde então, conflitos entre forças ucranianas e os rebeldes ocorrem na região.
No último dia 5, as partes iniciaram um cessar-fogo que vem sendo marcado por conflitos diários e ataques de artilharia.
O presidente do país, Petro Poroshenko, ofereceu às regiões ampla autonomia, mas diz que elas têm de continuar a fazer parte da Ucrânia.
EUROPA
Representantes dos países da União Europeia mantiveram um pacote de sanções à Rússia pelo seu apoio aos separatistas, disseram autoridades do bloco.
As últimas sanções da UE foram implementadas apesar do cessar-fogo, mas haveria a possibilidade de cancelar as restrições caso o plano de paz estivesse sendo cumprido.
No entanto, após uma reunião, os embaixadores concluíram que a situação no leste não melhorou.
Em um comunicado, a União Europeia disse que reconhece avanços na situação da Ucrânia, mas quer a implementação efetiva do protocolo de paz acertado em Minsk.