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José Indú em ação na Rua XV (Franklin de Freitas)

O calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro, é o maior palco a céu aberto de Curitiba. Com 52 anos de história, o calçadão para pedestres (o primeiro do Brasil) se tornou ao longo dos anos referência na arte de rua, com apresentações musicais, performances diversas, exposição de pinturas, desenhos e muitas outras formas de expressão artística ganhando (ou buscando) espaço todos os dias na movimentada rua curitibana. E agora, mais um nome da arte paranaense está compondo esse cenário.

José Indú é de Apucarana, no norte do Paraná, e está em Curitiba há três meses, pretendendo ficar por aqui até julho, quando seguirá para Antonina, no litoral do Paraná. “Como todo artista, nossa vida é com pé na estrada. Cheguei na Capital para o Festival de Teatro e vou ficar até o Festival de Inverno em Antonina, que acontece em julho. E depois de Antonina vai ser outra temporada, ainda vou descobrir o roteiro que vou seguir daí”, conta ele.

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(Franklin de Freitas)

Na Rua XV, ele tem se apresentado com o rosto e os braços pintados de preto, utilizando um vestido feito com sacolas e criando uma persona feminina, que fica fazendo poses e dançando para quem passa pela via. “Essa apresentação que eu faço na rua é uma performance abstrata, tem o significado que cada um dá a ela. Mas quando eu construí esse trabalho, eu pensei na cor da pele, no gênero e principalmente no meio ambiente, nas catástrofes climáticas, no aquecimento global. Foi refletindo sobre essas questões que surgiu essa performance, que tem um conteúdo forte”, diz ele.

Além da Rua XV, Indú também tem se apresentado na Feirinha do Largo da Ordem aos finais de semana e também dá as caras nas proximidades do Estádio Couto Pereira, no Alto da Glória. “Na XV, as pessoas estão no corre-corre do dia a dia e dificilmente elas têm condições de parar para fazer a leitura de uma obra de arte. Então, raramente encontro um público mais acolhedor na XV. Já na Feirinha, as pessoas estão mais dispostas a terem essa interação”, afirma ele, explicando ainda que leva sua arte para a rua com o intuito de ampliar o alcance da mensagem que quer passar. “Quando eu quero juntar um grande número de pessoas em torno de minha obra, eu venho para a rua, porque daí centenas, milhares de pessoas têm acesso.”