Divulgação/ Conselho da Comunidade de São José dos Pinhais

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) anunciou nesta segunda-feira (11 de fevereiro)  que retirou todos os presos da Delegacia de São José dos Pinhais, que enfrenta um surto de sarna que ameaça atingir imóveis vizinhos. A carceragem do estabeleciemnto, que segue funcionando normalmente no atendimento à população, tem capacidade para abrigar oito presos, mas até ontem mantinha 55 detentos (53 homens e 2 mulheres). 

Os detentos já condenados foram encaminhados para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara. Outros foram para transferidos para comarcas de origem e para o Centro de Triagem 1. Duas mulheres foram para a Penitenciária Feminina.

A Delegacia de São José dos Pinhais estava interditada pela Vigilância Sanitária. Chamada para vistoriar o local, a Vigilância constatou o perigo de contágio biológico para fora do edifício, o que coloca em risco a vizinhança do distrito. O Conselho da Comunidade de São José dos Pinhais providenciou a compra de medicamentos contra o parasita, mas, segundo a Vigilância, os remédios não vão resolver o problema já que o ácaro que provoca a doença está nas paredes do prédio.

“A situação é gravíssima na delegacia. Os presos estão abrigados em condições desumanas. Todos estão com coceiras e bolhas pelo corpo. É uma questão de saúde pública. Agentes, policiais e moradores vizinhos podem ser afetados pelo problema”, chegou a afirmar no começo do mês Isabel Kluger Mendes, presidente do Conselho da Comunidade.

Não é a primeira vez…

Esta, inclusive, não é a primeira vez que a carceragem enfrenta esse tipo de problema.Em abril de 2014, uma vistoria da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR revelou que o local, além de comportar quatro vezes mais detentos do que poderia (haviam 110 pessoas no local então), apresentava muitos presos com doenças de pele, como sarna, furúnculos e icterícia, além de alguns apresentarem princípio de pneumonia.

Isabel Kugler Mendes, que era então vice-presidente da Comissão da OAB, disse que a situação era “deprimente” e que os problemas de saúde eram agravados pela chuva, que escorre dentro das celas.