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Farmácias estão entre as atividades em grande expansão (Franklin de Freitas)

O estado do Paraná e a cidade de Curitiba estão entre as unidades federativas e as capitais brasileiras com maior número de farmácias ativas. Uma estatística talvez nem chegue a surpreender, já que basta dar uma volta pelas principais ruas dos bairros curitibanos para se constatar o expressivo número de estabelecimentos, sendo que muitos ficam um ao lado do outro.

O levantamento, feito pelo Bem Paraná com base em dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) disponibilizados através do Mapa de Empresas (ferramenta do governo federal), mostra que o Brasil possuía, em fevereiro deste ano, um total de 113.477 empresas ativas cuja atividade econômica exercida era o “comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas”. Isso significa que, no país, há 5,6 farmácias para cada 10 mil habitantes.

No Paraná e em Curitiba, no entanto, a proporção de farmácias é ainda mais expressiva que a média nacional.

No estado, por exemplo, há 6.677 farmácias, o quinto maior número (absoluto) entre todas as 27 unidades federativas, atrás apenas de São Paulo (18.183), Minas Gerais (11.464), Rio de Janeiro (9.051) e Bahia (8.414).

Considerando ainda que a população paranaense soma 11,44 milhões de pessoas (dados do Censo 2022), há 5,83 farmácias para cada 10 mil habitantes — o 15º resultado mais expressivo entre os estados brasileiros e o Distrito Federal, num ranking liderado por Piauí (8,49), Goiás (7,58) e Maranhão (7,3).

Já no caso curitibano, há 1.060 farmácias espalhadas pela cidade, o oitavo número (absoluto) mais expressivo entre as capitais brasileiras, atrás do anotado em Sâo Paulo (3.988), Rio de Janeiro (3.305), Brasília (2.023), Manaus (1.291), Salvador (1.220), Belo Horizonte (1.180) e Goiânia (1.086).

Por outro lado, a proporção de farmácias com relação à população é mais expressiva que no estado. Isso porque em Curitiba há 5,98 farmácias para cada 10 mil habitantes, taxa que fica acima, inclusive, da média das capitais brasileiras (de 5,26 farmácias para cada 10 mil habitantes). Entre as principais cidades do país, no entanto, os valores mais expressivos foram registrados em São Luís (8,17), Maceió (7,8) e Goiânia (7,56).

Mudança
‘Boom’ no pós-pandemia é puxado por novos hábitos de consumo
O crescimento do setor varejista farmacêutico no Paraná e no Brasil ganhou uma expressão ainda maior após a pandemia de Covid-19. Um movimento que é puxado também por conta do envelhecimento da população – nesta semana, por exemplo, o Bem Paraná mostrou que o Paraná já conta com quase 1,9 milhão de idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade), dos quais mais de 320 mil são de Curitiba -, mas não só por isso. É que novos hábitos de consumo passaram a ser cultivados, fortalecendo o movimento do autocuidado, ao mesmo tempo em que o número de profissionais da área de saúde (e o contingente de formados em Farmácia incluso nisso) também começou a crescer.

Só que apesar da visível expansão do mercado farmacêutico, chama a atenção que esse é um setor cuja espinha dorsal ainda são as micro e pequenas empresas. No Paraná, por exemplo, o Mapa de Empresas aponta que, das 6.677 farmácias ativas, 4.141 são pequenas empresas e 953, empresas de pequeno porte. Ou seja, 76,3% das farmácias são micro ou pequenas empresas.

Em Curitiba, o cenário é parecido: das 1.060 empresas atuando no segmento, 498 são microempresas e outras 128, empresas de pequeno porte, o que significa que as micro e pequenas empresas representam 59% das farmácias na cidade.