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Apufpr

Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) aprovaram, em assembleia, nesta terça (9) a deflagração da greve a partir da próxima segunda (15). Na UFPR, o placar foi de 322 votos favoráveis, 175 contrários e cinco abstenções. A paralisação, segundo a Associação dos Professores da UFPR (APUFPR), é consequência de “falta de avanço nas tentativas de negociação com o governo das pautas centrais da categoria”. Entre essas pautas estão a recomposição salarial, reestruturação da carreira e precarização das condições de trabalho.

O resultado da assembleia da UFPR será encaminhado na próxima reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), agendada para o dia 10 de abril, mas a decisão local é soberana.

UTFPR

Os professores da UTFPR aprovaram também nesta terça a adesão à greve nacional dos docentes das instituições federais de ensino. A mobilização começa no dia 15 de abril e segue o movimento convocado pelo sindicato nacional da categoria, o ANDES-SN. A UTFPR possui 13 campi em diferentes regiões do estado. A decisão da assembleia que ocorreu em Curitiba contempla todas as unidades da instituição.

Notificação

A notificação da greve será encaminhada para as reitorias da UFPR e da UTFPR e para o governo federal no prazo de 72 horas.

A reitoria da UFPR deve se manifestar sobre a decisão somente na quarta (10).

Reivindicações

O conjunto do funcionalismo federal vem defendendo uma proposta de reajuste salarial de três parcelas de 7,06% (em 2024, 2025 e 2026) para o grupo de servidores no qual se enquadram os docentes das Ifes. Os valores seriam suficientes para repor as perdas desde o governo Temer até o final do atual governo. A proposta do governo até agora é de 0% em 2024 e duas parcelas de 4,5% em 2025 e 2026.

Outra reivindicação não atendida até o momento, segundo a associação, é o “revogaço” de medidas do governo Bolsonaro que atacam os servidores e os serviços públicos, incluindo o projeto de Reforma Administrativa (PEC 32), que ainda tramita no Congresso Nacional.

Segundo a a APUFPR, há também a necessidade de recuperar o orçamento das universidades federais, pois todas receberam valores inferiores ao necessário para manter o patamar de despesas por matrícula (2010 a 2022). Além disso, as negociações específicas sobre a reestruturação da carreira dos docentes federais não avançaram, assim como as pautas específicas, que ainda não começaram a ser debatidas (o MEC não atendeu as solicitações de reunião com o ANDES).

Outra reivindicação não atendida é a equiparação dos benefícios com os demais Poderes. O aumento de R$ 658,00 para R$ 1 mil no vale-alimentação não contempla aposentados e pensionistas. O mesmo acontece com o auxílio-creche, que passaria de R$ 321 para R$ 484,90

Servidores técnico-administrativos

Os servidores técnico-administrativos estão em greve desde o dia 11 de março nas instituições federais de ensino superior do país. No Paraná, além das universidades federais, a mobilização também ocorre no Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Sobre a greve nacional

A greve dos docentes da UTFPR foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, o ANDES-SN. A diretoria aprovou em Brasília o indicativo de greve dos docentes das universidades federais, institutos federais e CEFETs para 15 de abril. A decisão foi tomada durante uma reunião do setor de docentes das federais com a presença de dezenas de representantes de diferentes instituições de ensino do país.