Protesto convocado por Wanderlei Silva reúne ‘indignados’ com depredação e desrespeito à bandeira. Veja vídeo

Josianne Ritz

Franklin de Freitas

Uma nova manifestação, convocada pelo lutador Wanderlei Silva, levou centenas de pessoas ao Centro Cívico na tarde desta terça (2). Entre os participantes, estavam lutadores e profissionais de educação física de academias. A intenção foi se opor ao protesto antirracista de segunda (1) que começou pacífico e acabou em vandalismo, provocado por alguns manifestantes. Na ocasião, a bandeira do Brasil que fica hasteada na frente do Palácio Iguaçu foi arrancada e queimada.  “Reunimos e mobilizamos integrantes de todas as academias e pessoas que, assim como eu, ficaram indignadas com a depredação”, disse  o lutador. Eles ainda hastearam uma bandeira simbolicamente, rezaram o Pai Nosso e cantaram o hino nacional.

A passeata começou na Praça 19 de Dezembro e seguiu até o Palácio Iguaçu.   Segundo os organizadores, o evento não tinha nenhuma bandeira política: “Nosso símbolo maior foi profanado ontem, mas hoje os brasileiros de bem estiveram juntos para reerguer esse símbolo. Temos orgulho desta bandeira e vestimos a camisa do Brasil”.

Nova Bandeira – Por determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior, a bandeira do Brasil, retirada e danificada em ação de vandalismo que atingiu o Centro Cívico na noite de segunda-feira (01), foi recolocada em frente ao Palácio Iguaçu por volta das 16h30 desta terça-feira (02). O espaço do Pavilhão Nacional, como é chamado o local em ficam os mastros com as bandeiras do Brasil e do Paraná, precisou ser higienizado por conta de pichações. Além disso, o mecanismo que conduz o hasteamento teve que ser consertado, já que havia sido danificado pelos vândalos. As bandeiras foram deixadas a meio mastro em sinal de luto oficial pelo falecimento de três servidores do Estado, que atuavam na Casa Civil.

“Atos e manifestações ordeiras e pacíficas receberão suporte operacional da nossa Polícia Militar. Porém, vandalismo é crime e caso de polícia. Aqueles que porventura pensam em se aproveitar da situação para promover baderna, serão punidos pela força policial”, declarou Ratinho Junior.

Repercussão – O “quebra-quebra” ocorrido ontem, no Centro Cívico, em Curitiba, após manifestação contra o racismo monopolizou os debates da sessão de hoje da Assembleia Legislativa. A maioria dos parlamentares criticou a queima da bandeira do Brasil retirada do mastro em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, pelos manifestantes já depois do final do ato antirracista. Parlamentares de oposição defenderam o ato antirracista, que, segundo eles, foi legítimo e pacífico e culparam o clima de confronto, estimulado pelo comportamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores.

Estragos – Sete pontos de ônibus da Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba, foram vandalizados na noite desta segunda-feira,além dos vidros das estações-tubo do Palácio e Comendador Fontana, no Centro Cívico, e totens da Clear Channel. Os levantamento foi feito pela Prefeitura de Curitiba que emitiu uma nota, no começo desta manhã de terça-feira, 2, a respeito dos reflexos dos protestos da noite desta segunda-feira, 1º de junho. De acordo com a nota, equipes da Urbanização de Curitiba (Urbs) trabalharam durante à noite para consertar e higienizar os pontos que foram vandalizados.