RANIER BRAGON E DANIEL CARVALHO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Para a maioria dos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público, o feriado de Carnaval deve começar no final da tarde desta sexta-feira (24). Para a maioria dos 581 deputados e senadores, porém, já é Carnaval. Apesar de a quarta-feira ser o tradicional dia de Congresso cheio, com votações que às vezes avançam pela noite e madrugada adentro, na tarde desta quarta (22) os plenários, corredores e gabinetes já se encontravam praticamente desertos. Às 16h30, o deputado Luiz Nishimori (PR-PR) discursava para um plenário da Câmara lotado de cadeiras vazias. Só 6 de seus 512 colegas estavam presentes, quase nenhum prestando atenção ao discurso. No Senado, Armando Monteiro (PTB-PE) discursava no mesmo momento para igual número -6 de seus 80 colegas. Fora isso, apenas a comissão da reforma da Previdência na Câmara realizava uma audiência pública com a presença de alguns integrantes do colegiado. O Senado chegou a marcar uma sessão de votação para esta e a próxima quinta, mas os próprios parlamentares dizem ser bem remotas as chances de que apareça um número superior de senadores que nesta quarta acompanham o discurso de Monteiro. Técnicos da Casa dizem que as sessões da semana que vem devem ser canceladas pois haverá obras na cúpula e em cadeiras do plenário. A volta da folia dos congressistas também discrepa daquela reservada à média dos trabalhadores de empresas privadas e do serviço público. Enquanto esses voltam na tarde da Quarta-Feira de Cinzas ou na quinta, tanto na Câmara quanto no Senado os trabalhos só devem ser retomados a todo vapor daqui a 13 dias, no dia 7 de março.