Política Efeito metanol

Deputados miram em projetos contra adulteração de bebidas

Propostas avançam tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara dos Deputados

Redação Bem Paraná
2f1

Depois dos casos de intoxicação por metanol, projetos de lei contra a adulteração de bebidas ganharam destaque tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara de Deputados, assim como novas propostas apareceram.

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) analisa desde junho um projeto de lei (393/2025) para enfrentar o problema da bebidasadulteradas com metanol. A proposta é resultado de uma parceria entre o deputado estadual Requião Filho (PDT) e a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar). A proposta já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e agora aguarda o crivo da Comissão de Defesa do Consumidor para avançar na Assembleia. A proposta recebeu uma atenção especial agora com os casos de intoxicação por bebidas com metanol.

O projeto prevê a criação do selo “Beber Legal”, que certifica bares e restaurantes que comprovarem a procedência e a qualidade das bebidas comercializadas. O objetivo é garantir rastreabilidade, coibir a circulação de produtos adulterados e trazer segurança ao consumo.

Segundo Requião Filho, a iniciativa altera a Consolidação das Leis de Defesa do Consumidor no Estado, atuando como medida preventiva. “O Estado precisa agir para que novas tragédias não voltem a acontecer. Esse projeto foi pensado para dar mais transparência à venda e ao consumo de bebidas, protegendo a população e valorizando o comércio que cumpre as regras e vende produtos de qualidade”, explica o deputado.

Já o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, afirma que a proposta responde a um cenário crítico vivido no Estado. “Nós estamos em um estado que é corredor natural de produtos e mercadorias sem procedência, vindos do Paraguai e da Argentina. Esse é um projeto de via dupla. Ele protege a indústria e os empresários sérios, além do consumidor, que terá a garantia de estar consumindo um produto com procedência”, ressalta.

O texto tem como coautores as deputadas Ana Júlia (PT), Cristina Silvestri (PP), Luciana Rafagnin (PT), e os deputados Arilson Chiorato (PT), Gilberto Ribeiro (PL), Goura (PDT) e Delegado Tito Barichello (União).

A deputada estadual Flávia Francischini (União Brasil) protocolou na última sexta-feira (03) na Assembleia Legislativa um projeto de lei que estabelece as penas a serem aplicadas aos produtores e estabelecimentos que comercializarem bebidas adulteradas e falsificadas. “Não pude deixar de apresentar um projeto de lei que estabelecesse adequadamente as penas para quem produz e comercializa bebidas adulteradas e falsificadas. O noticiário tem mostrado o risco enorme que as bebidas falsificadas representam para a saúde. Além disso, a concorrência desleal prejudica os empresários que trabalham corretamente. É necessário que a legislação e as penalidades sejam claras para que a fiscalização desses estabelecimentos seja mais efetiva”, afirmou Flávia.

Projeto que torna adulteração de bebidas e alimentos crime hediondo ganha urgência

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na quinta passada, o regime de urgência para proposta que torna crime hediondo a adulteração de alimentos ou bebidas a partir da adição de ingredientes que possam causar risco à vida ou grave ameaça à saúde. Os projetos com urgência podem ser votados diretamente no plenário, sem passar antes pelas comissões.

A mobilização do parlamento ocorre após o registro de diversos casos em São Paulo e no Paraná de intoxicação pela presença de metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. A previsão é que o projeto seja aprovado ainda nesta semana.

O crime hediondo é inafiançável e insuscetível de graça, indulto ou anistia, fiança e liberdade provisória.

O projeto não propõe a extensão da pena, mas a lei de crimes hediondos determina penas de até 30 anos, com progressão de regime mais lenta.

Segundo o Governo, a iniciativa pretende estimular a regularização fiscal, garantir maior arrecadação ao Estado e permitir que empresas e cidadãos quitem seus débitos em condições mais vantajosas. Na Comissão de Finanças e Tributação, a proposta recebeu pedido de vista feito pelo deputado Arilson Chiorato (PT).