Pelo Twitter, presidente da República sugere que ministro do STF cometeu abuso de autoridade

Rodolfo Luis Kowalski

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Dois dias depois do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornar pública a gravação de uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, o presidente da República, Jair Bolsonaro, contra-atacou. Em uma publicação em seu perfil no Twitter, o chefe do Executivo não chegou a citar diretamente o ministro do Supremo, mas publicou uma imagem dando destaque ao artigo 28 da Lei 13.869 de 2019, que define os crimes de abuso de autoridade (confira abaixo).

O vídeo da reunião no Palácio do Planalto é considerado uma peça-chave nas investigações que apuram as acusações, feitas pelo ex-juiz Sérgio Moro, de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal. Entre ameaças, ofensas e palavrões, as imagens mostram o chefe do Executivo cobrando mudanças no governo e fazendo pressão sobre Moro e os demais auxiliares.

Desde que a gravação foi divulgada, entretanto, Bolsonaro afirmou tratar-se de “um tiro na água”, acusando não haver “a mínima comprovação de que houve interferência minha na superintendência da Polícia Federal”. Ele ainda chegou a lamentar que “o ministro Sergio Moro tenha um fim melancólico desses” e reclamou que a reunião era reservada, ressaltando que a responsabilidade pela divulgação do vídeo é do ministro  Celso de Mello.