A propaganda eleitoral no rádio e na televisão chega à última semana antes do primeiro turno e o que se percebe até aqui é que apesar de ainda ter sua importância, ela perdeu muito do protagonismo que tinha até disputas passadas. As redes sociais da internet e aplicativos de trocas de mensagens ganharam uma importância cada vez maior na disputa pela atenção do eleitorado. Prova disso é que candidatos com maior tempo de TV, como Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) “patinam”, enquanto outros como Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), com poucos segundos, conseguiram resultados muito mais expressivos. 

Sem espaço
A redução pela metade do tempo dos programas eleitorais restringiram ainda mais as possibilidades dos candidatos a deputado federal e estadual. Como já se imaginava, os partidos privilegiaram quem já tem mandato ou os “apadrinhados” dos caciques. Os demais sequer puderam aparecer ou tiveram espaço exíguo. Isso deve se refletir em um índice ainda mais baixo de renovação do Congresso e assembleias legislativas. 

Mais do mesmo
Na disputa pelo governo, as promessas dos marqueteiros dos principais candidatos de novidades e surpresas em termos de linguagem e formatos da propaganda política não se confirmaram. O que se viu foi a repetição de formatos já mais do que batidos, e mais do mesmo nos discursos. 

Jogando parado
Os programas de Ratinho Júnior (PSD) foram os mais bem produzidos. O candidato do PSD, porém, “jogou parado”, aproveitando a vantagem conquistada desde o início da disputa.

Aventura
Cida Borghetti (PP) passou praticamente toda a campanha elencando os feitos de sua curta administração, iniciada em abril. Sem traquejo para o confronto direto com adversários, se limitou a estocadas diretas, como o programa de ontem, em que disse que “quando se trata da casa da gente não dá para ter aventura.

Primavera
João Arruda (MDB), que tinha a campanha mais incisiva no questionamento a Ratinho Jr e Cida Borghetti até aqui, parece ter suavizado o discurso nos últimos programas. Falou em “primavera” e reprisou os pedidos de voto do tio, senador e candidato à reeleição Roberto Requião (MDB). 

Pra dentro
Dr Rosinha (PT) passou praticamente toda a propaganda mais preocupado em defender o legado do governo Lula do que falando da questão estadual. Pareceu uma campanha voltada muito mais para o público já convertido ao PT do que para uma ampliação do eleitorado. 

Animação
Entre os candidatos ao Senado, as campanhas mais bem feitas foram a do professor Oriovisto (Podemos) e Alex Canziani (PTB), com destaque para as animações exibidas pelo fundador do grupo Positivo.

Voto útíl
Canziani, aliás, decidiu investir de vez no voto útil. Nos últimos programas, fez apelos aos eleitores de Requão, Flávio Arns (Rede) e Oriovisto, dizendo que não importa se o primeiro voto do eleitor será nos adversários, desde que eles optem por ele como segundo voto. 

Mortadela
Requião parece tão certo da vitória que se dá ao luxo de opinar sobre o segundo voto de seus eleitores. “Não quero ir com um coxinha para o Senado”, afirmou, antes de pedir apoio para seu colega de chapa, o ex-deputado federal Nelton Friedrich (PDT).