O deputado federal Ricardo Barros (PP) – marido da governadora Cida Borghetti (PP) – e os deputados estaduais Alexandre Curi (PSB) e Luiz Cláudio Romanelli (PSB) têm algo em comum nessa campanha: os três se apresentam na propaganda eleitoral como políticos ou parlamentares “de resultados”. Ou seja, defendem que o que importa não é o posicionamento político-ideológico, mas sim conquistar recursos para obras e projetos do Estado e dos municípios.
Vacina
O discurso de Barros, Curi e Romanelli, na verdade, é uma espécie de “vacina” contra as críticas dos que vêem neles políticos fisiológicos, que aderem a qualquer governo, seja quais forem. O deputado do PP foi vice-líder dos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff na Câmara Federal. Chegou a ser cotado para ministro da Saúde de Dilma às vésperas do impeachment, mas mudou de lado na última hora, votou pelo afastamento da petista e virou ministro de Temer.
Ecléticos
Romanelli conseguiu a proeza de ser líder da bancada dos governos Requião e Beto Richa na Assembleia Legislativa. Curi integrou a base de ambos os governos.
Prático
O candidato do MDB ao governo, deputado federal João Arruda, alfinetou, em sua propaganda no rádio e TV, o discurso de “modernidade” de Ratinho Jr (PSD). “Não adianta falar de tecnologia importada não sei lá de onde, quando falta giz nas escolas”, atacou.
Precoce
Arruda também se apresenta como vocacionado para a política desde o berço. “Desde criança subia nas cadeiras para discursar para os colegas”, conta no programa.
Mea culpa
Já o tio de Arruda, o senador e candidato à reeleição, Roberto Requião (MDB) ensaiou uma espécie de autocrítica. “Dizem que as vezes eu exagero”, afirma. “Eu grito com os corruptos. Brigo com quem tira direito dos trabalhadores”, alega o emedebista, que chega a “confessar” ser um “brigão”, mas pelas causas certas.
Tem wi-fi?
Ratinho Jr ignora os ataques, e em seu programa de ontem prometeu instalar “internet de graça nos prédios públicos”.
Fogo amigo
O candidato do PSD, aliás, segue exibindo um discurso de oposição. “O que falta aqui é um governo que impulsione, ao invés de atrar. Até hoje o governo foi uma barreira”, afirma o ex-secretário da gestão Richa até 2017.
Franco atirador
Dr Rosinha (PT), por sua vez, continua alvejando Ratinho Jr, Cida Borghetti e João Arruda. “Não herdei fortuna, nem sobrenome político ou de gente famosa”, diz, após contar sua trajetória de agricultor a médico-pediatra e deputado.
‘Aqui é trabalho’
Cida continua na base de “uma no cravo, outra na ferradura”. Diz que “não é de ficar só olhando”. Que “troca a briga pela luta”. E alfineta os adversários, de leve: “enquanto uns atacam e outros só prometem, eu trabalho”.
Ausentes
Uma semana após o início da propaganda eleitoral, vários candidatos ainda não deram as caras no horário eleitoral gratuito. Entre eles Ogier Buchi (PSL), cuja candidatura ao governo foi rejeitada pelo próprio partido, sigla do presidenciável Jair Bolsonaro.